20-N: A juventude mexicana segue escrevendo o futuro nas ruas do país
O ato de ontem, que combinou uma dia de ação internacional, com manifestações em todo o país, foi o ponto alto da rebelião que toma conta do país por conta do desaparecimento dos 43 jovens de Ayotznapa.
Israel Dutra
O México atravessa uma jornada de manifestações históricas.
O ato de ontem, que combinou uma dia de ação internacional, com manifestações em todo o país, foi o ponto alto da rebelião que toma conta do país por conta do desaparecimento dos 43 jovens de Ayotznapa.
Um dia de greves e paralisações, escolhido para coincidir com comemoração da grande revolução de 20 de novembro de 1910, terminou numa marcha multitudinária de grandes colunas sobre Zócalo. Os pais dos 43 encabeçaram a caminhada.
“Vivos os levaram, vivo os queremos”. Sob esta bandeira, as manifestações questionam não apenas a política local, como os gastos luxuosos do presidente Peña Nieto- comprou uma casa para sua esposa com dinheiro de negociatas públicas. Questionam o regime apodrecido, onde os três maiores partidos[PRI-PAN-PRD] fizeram um pacto para seguir saqueando o Estado e colaborando com a Narcoburguesia.
O medo, principal ferramenta que as milicias, os cartéis e o exército utilizam para manter a dominação da burguesia num México cada vez mais decomposto, MUDOU de lado.
Agora, são os governantes, a mídia, os grandes empresários e os Estados Unidos quem “temem” que a situação saia do controle.
O 20 de Novembro anunciou um novo México. Os pais, ativistas de direitos humanos, entidades estudantis, sindicatos como o dos telefonistas começam a discutir a convocação de uma greve geral para derrotar o governo e abrir uma nova etapa da política nacional.
Assim como no Junho Brasileiro, o Novembro Mexicano contagia uma nova geração que começa a ver nas barricadas de rua a única saída para enfrentar as graves contradições que adiam o futuro dos trabalhador@s e da juventude.
*Israel é sociólogo, membro da Direção Nacional do PSOL e do Grupo de Trabalho Nacional do Juntos!