As universidades estaduais paranaenses pedem socorro!
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As universidades estaduais paranaenses pedem socorro!

O nosso desafio é se inspirar no Paraná e repetir junho de 2013 em todas as universidades brasileiras!

*Bianca Gans Lovato, Gabriel Zanlorenssi e Cindy Ishida

Nas últimas semanas, o estado do Paraná vive uma intensa crise orçamentária e política. O governo tucano de Beto Richa tentou aprovar um “pacotaço” de austeridade que destruiria a carreira dos servidores públicos, ao prejudicar, sobretudo, a progressão salarial e a previdência. O secretário de fazenda, Mauro Ricardo Costa, foi importado das gestões do PSDB em Minas Gerais e São Paulo, para impor os mesmos planos de ajuste aplicados nestes estados e semelhantes aos anunciados pelo governo federal sob comando do ministro Joaquim Levy.

Em resposta às medidas do governo, diversas categorias do funcionalismo público entraram em greve. Funcionários do DETRAN, professores da rede pública estadual, servidores de saúde e agentes penitenciários realizaram uma mobilização histórica que culminou com a ocupação da Assembleia Legislativa, obrigando ao governo a retirar, temporariamente, o “pacotaço”. Entretanto, os projetos ainda vão retornar, agora seguindo para as comissões da assembleia.
A situação caótica não é diferente nas universidades estaduais paranaenses. Com o corte total das verbas de custeio, milhares de funcionários temporários e terceirizados, além de estagiários, estão desde o fim do ano passado sem emprego. Quatro das sete universidades – Unicentro, Uenp, Unespar e Unioneste – correm o risco de fechar as portas, de acordo com Aldo Bona, reitor da Unicentro e presidente da Apiesp (Associação Paranaense de Professores de Ensino Superior Público).

O caso da Unicentro

Estamos acompanhando a mobilização que ocorre na Universidade Estadual do Centro-Oeste, localizada na região de Guarapuava, uma das mais carentes do estado. A instituição é vital por aqui, pois oferece mais de 10 mil vagas de ensino superior e garante subsistência a milhares de famílias direta e indiretamente. O fechamento da universidade seria uma catástrofe sem proporções.

Por isso, a cidade de Guarapuava mobilizou-se contra o governador Beto Richa. Estudantes, professores e funcionários entraram em greve por tempo indeterminado e promovem protestos e discussões a respeito da atual situação paranaense. O apoio popular à causa é muito forte, uma demonstração é a mensagem “Salvem a Unicentro!” escrita nos carros e em vários pontos da cidade.

A instituição continua sendo frequentada pela comunidade universitária, mesmo em greve, com o intuito de mostrar para a população da cidade e para o governo que a Unicentro é de todos. Ocupado pelo Comando de Greve Estudantil desde sábado (21), o Campus Santa Cruz é o centro da mobilização.

O encerramento das atividades da universidade seria um imenso tiro no pé do governador do PSDB, já desgastado na opinião pública. Porém, a ameaça da precarização e o abandono financeiro já são uma realidade anunciada.

A luta contra as medidas de austeridade só aumenta no Paraná, que agora também conta com a presença de milhares caminhoneiros em greve pela redução dos pedágios e do preço do diesel. Uma vitória do povo paranaense nos mostra o caminho para enfrentar os ajustes em todo plano nacional, sobretudo nas Universidades Federais nas quais cortes também foram anunciados. O nosso desafio é se inspirar no Paraná e repetir junho de 2013 em todas as universidades brasileiras!

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*Bianca Gans Lovato é estudante de Letras na Unicentro e militante do PSOL-PR e Gabriel Zanlorenssi e Cindy Ishida são militantes do Juntos-SP e correspondentes do Juntos! no Paraná.­


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