A luta pela igualdade ganhou o Oscar!
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A luta pela igualdade ganhou o Oscar!

O sucesso de “O Jogo da Imitação” assinala o avanço do movimento LGBT, em que as décadas de luta conseguiram trazer a discussão sobre os direitos desta população para o centro da opinião pública.

Juntos LGBT 24 fev 2015, 14:23

Durante o Oscar 2015, em um momento belo e infelizmente ainda raro, Graham Moore fez um fantástico discurso em defesa da diversidade ao receber a estatueta de Melhor Roteiro Adaptado.

Vítima de bullying na adolescência, por ser considerado diferente, Moore mostrou se identificar com a preconceito sofrido por Alan Turing – personagem principal do filme “O jogo da Imitação”. Turing foi um homossexual conhecido por ser um grande cientista e matemático que viveu durante a época da 2ª Guerra Mundial.

Em seu discurso Moore desabafa: “Aos 16 anos, eu tentei me matar, porque me sentia inadequado”. Logo depois, empoderou cada um de nós, dizendo: “Continuem sendo ‘estranhos’ e ‘diferentes’! e quando for a vez de vocês e vocês estiverem neste palco, passem a mesma mensagem”. Sabemos exatamente do que ele está falando! Jovens LGBTs são humilhados e agredidos dentro e fora de casa todos os dias. Infelizmente muitos não conseguem suportar a violência física e psicológica e acabam desistindo da vida.

Estudos como os da Universidade da Columbia, nos Estados Unidos e da Universidade Federal de Alagoas apontam que a probabilidade de um jovem LGBT cometer suicídio é pelo menos cinco vezes maior do que um jovem heterossexual cisgênero, devido ao ambiente hostil ao seu redor.

O sucesso de “O Jogo da Imitação” assinala o avanço do movimento LGBT, em que as décadas de luta conseguiram trazer a discussão sobre os direitos desta população para o centro da opinião pública.

É uma pena que Alan Turing não tenha vivido para presenciar esse momento. Personagem fundamental para vitória dos Aliados na Segunda Guerra Mundial, nunca recebeu o devido reconhecimento. Foi processado e condenado por ser gay, e após ser submetido à castração química, acabou se suicidando.

Para nós, LGBTs, é difícil não se emocionar vendo uma obra sobre um cientista homossexual ser reconhecida pelo público e aclamada pela academia, especialmente considerando que apenas dois anos atrás (sessenta anos após sua condenação), o mesmo cientista teve de ser “perdoado” pela rainha Elizabeth, encerrando a condenação oficial de um homem cujo único crime foi ser diferente. Diferente, assim como nós.

Nós do Juntos! estamos engajados na luta pelos direitos LGBTs e estaremos nas ruas, defendendo a igualdade entre todos os seres humanos. Em diversos países do mundo, LGBTs ainda são perseguidos e até condenados à morte. No Brasil, ainda temos setores fundamentalistas que se esforçam em deslegitimar nossa existência.

Impossível não citar Eduardo Cunha, presidente da câmara de deputados pelo PMDB, e suas recentes iniciativas para criar o Dia do Orgulho Hétero, criminalizar a suposta “heterofobia” e proibir a adoção por casais do mesmo sexo. São ataques declarados a nossa dignidade, ao nosso direito de ser e amar! NÃO ACEITAREMOS!

Momentos como esse nos encorajam a continuar lutando até o dia em que ninguém terá de se sentir estranho, desejar a morte ou ser “perdoado” apenas por ser como é.

JUNTOS! LGBT


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