Funcionários do Cepam e da Fundap se manifestam contra o desmonte do estado!
Na última terça feira, 3, mais de 200 funcionários do Cepam e Fundap e membros de institutos públicos ocuparam a sessão da Assembléia Legislativa de São Paulo para se manifestarem contra a extinção das fundações Cepam e Fundap prevista em Projeto de Lei, à ser votado pelos deputados da ALESP, pelo governador tucano Geraldo Alckmin.
Gabriela Schmidt e Rodrigo Silva
Na última terça feira, 3, mais de 200 funcionários do Cepam e Fundap e membros de institutos públicos ocuparam a sessão da Assembléia Legislativa de São Paulo para se manifestarem contra a extinção das fundações Cepam e Fundap prevista em Projeto de Lei, à ser votado pelos deputados da ALESP, pelo governador tucano Geraldo Alckmin. Esse projeto, ambientado pela prática generalizada de cortes orçamentais coordenados pelos governos estadual e federal, representa mais uma grave ação de desmonte do Estado. Demonstra também o autoritarismo do governado paulista, o qual não estabeleceu qualquer diálogo com as fundações do Cepam e da Fundap, que foram informadas das medidas através da mídia na quinta, 26, com o decreto de demissão de 1200 funcionários comissionados, além da redução de 15% das despesas, corte dos estagiários administrados pela Fundap e retirada de 30% das horas extras. A brutalidade do governo do estado tem o seu complemento na coerção dos funcionários comissionados através da ameaça de demissão daqueles que querem se mobilizar. Somado a isso, os funcionários ainda enfrentam a omissão da diretoria que trata com descaso o conjunto de medidas que afetam os trabalhadores. O projeto de lei é alçado como uma medida de retenção de despesas em vista de uma administração consequente das contas do estado. No entanto, tal justificativa é logo desconstruída quando o orçamento das fundações representam apenas 0,01% do orçamento do estado ao passo que elas promovem importante prestação de serviço de pesquisa e desenvolvimento da administração pública. Propor extinguir essas fundações é, isso sim, uma inadmissível displicência com os trabalhadores desempregados e um abandono das fundações públicas.
Na sessão do dia 3, os funcionários demonstraram grande disposição em impedir qualquer medida de ajuste contra os trabalhadores. Não se conformam com a autoritária decisão do governador nem se enganam com o seu conteúdo retórico. O desafio econômico da crise orçamentária demonstrou de que lado está o governo do estado enquanto, do outro lado, os funcionários da Fundap e Cepam já respondem com a exigência da reversão de todas as medidas de ajuste e a permanência das fundações.
No plenário da ALESP o deputado Gianazzi, do PSOL, lembrou a recente inspiração da luta dos professores da rede estadual do Paraná. Emblematizada pela ocupação da Asssembleia Legislativa, parte de uma grande mobilização que pressionou deputados da base aliada do governador a não aprovarem o ‘pacotaço’ de ajustes. A via dos funcionários da Funcap e Cepam é análoga: a luta!
* Gabriela Schmidt militante do Juntos! e Rodrigo Silva militante da rede emancipa e estagiário demitido