Greve na UFF entra em segundo dia. Reitor foge da responsabilidade e aplica multa ao sindicato.
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Greve na UFF entra em segundo dia. Reitor foge da responsabilidade e aplica multa ao sindicato.

Com uma atitude extremamente autoritária e desrespeitosa com os funcionários em greve, o reitor Sidney Mello protocolou uma ocorrência junto à Polícia Federal, que notificou o sindicato dos terceirizados com uma multa em R$10 mil.

Ariano Amorim e Elis Lemos 18 mar 2015, 12:18

por Elis Lemos e Ariano Amorim*

Com uma atitude extremamente autoritária e desrespeitosa com os funcionários em greve, o reitor Sidney Mello protocolou uma ocorrência junto à Polícia Federal, que notificou o sindicato dos terceirizados com uma multa em R$10 mil. Em menos de uma semana houve paralisações de servidores de diferentes empresas que prestam serviços à UFF. Na semana passada, funcionárias e funcionários da empresa Luso Brasileira paralisaram as atividades e conseguiram receber seus salários atrasados. Hoje, 18 de Março, pelo segundo dia consecutivo, funcionários da Croll responsável pela segurança e vigilância dos campi, também reivindicam o pagamento de seus salários atrasados.

Trancaço dos Funcionários da Segurança da UFF no dia 17 de março, no Campus do Gragoatá.

Trancaço dos Funcionários da Segurança da UFF no dia 17 de março, no Campus do Gragoatá.

O método utilizado em todas as paralisações foi a interdição do acesso ao Campus do Gragoatá. É a melhor forma de escancarar para a comunidade universitária de que a UFF não pode seguir funcionando sem o trabalho destes servidores. Mas é também uma forma de exigir respeito e valorização do trabalho que realizam para a universidade.

Empresas e reitoria trocam acusações, mas ninguém se responsabiliza pela resolução do problema. O reitor, em nota, se eximiu completamente da culpa e se mostrou incapaz e inábil para resolver o impasse. Chegou ao ponto de acionar a Polícia Federal para acabar com a greve sob o método da intransigência e ausência de diálogo.

Os funcionários, que são os mais interessados em resolver o impasse, fizeram a proposta de liberar o acesso ao campus para que as atividades possam voltar ao normal ainda hoje, caso haja o compromisso formal por parte do reitor em garantir os pagamentos até sexta-feira, 20 de março. Contudo, continuarão em greve, pois ninguém merece trabalhar tendo seus vencimentos atrasados. Esse impasse é de total responsabilidade do reitor, que foi eleito com a missão de garantir o bom funcionamento harmônico da universidade. Se ele não é capaz de estabelecer o mínimo para que as atividades acadêmicas sejam normalizadas, que assuma a responsabilidade pela paralisação das atividades.

Em tempo: este cenário por ora conturbado de início das aulas traz à tona os rumos da mais nova “Pátria Educadora”. O corte no orçamento da educação, que totaliza R$7 bilhões, está apresentando seus primeiros efeitos danosos às instituições de ensino por todo o país. Nós, do Juntos! estivemos e estaremos ao lado de toda luta justa para a garantia de uma educação de qualidade e verdadeiramente pública, a exemplo destas que estão em curso na UFF. Pois sabemos que, infelizmente e inevitavelmente, o atual cenário afetará também aos estudantes de maneira direta. Resta-nos, portanto, a tarefa de elaborar sínteses entre a diversidade estudantil e seguir pressionando para que não tenha nenhum retrocesso em nossos direitos. Afinal, ainda temos muito que avançar para tornarmos uma verdadeira “Pátria Educadora”.

Convocamos todos a participar do dia nacional do estudante, 26 de março.

https://www.facebook.com/events/1023277294368325/

*Estudantes de História na UFF e militantes do Juntos!


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