Chile: Em defesa da educação pública, estudantes transbordam as ruas outra vez
Às vésperas da Copa América, estudantes chilenos saem às ruas para apresentar suas propostas de uma nova Educação Pública.
Uma grande jornada de mobilização ocorreu no Chile nesta quarta-feira. Somente nas ruas de Santiago, foram cerca de 200 mil universitários, secundaristas, professores e famílias inteiras reivindicando novamente uma novo modelo educacional. O documento com “Princípios Fundamentais para uma Nova Educação Pública” foi levado a público pelos movimentos sociais de maneira criativa e dialogável com todo o país. De uma maneira completamente inversa à reforma de ensino preparada pelo governo Bachelet e defendida até agora apenas pelos velhos partidos e pelas forças de repressão.
De acordo com Valentina Saavedra, presidenta da Federação dos Estudantes do Chile (FECh), “A marcha das propostas” teve uma importância bastante especial: “Nós elaboramos este documento de modo oposto ao que faz o Ministério da Educação. Fizemos de forma democrática e o entregamos publicamente. Todos os cidadão podem revisá-lo. Para começar uma discussão franca e que participe a sociedade em seu conjunto. Por isso queremos dialogar, mas queremos um diálogo vinculante. Não queremos que depois de nos reunirmos com o Ministério, assim como fizeram com outros atores, nos digam que temos agora que conversar com o Congresso”.
“O nosso programa tem a ver com a democracia interna dentro das instituições educativas, a gratuidade universal, o fim do lucro e uma carreira que dignifique a profissão docente” assinalou Valentina Saavedra. Além disso, a luta é, dentre outros pontos, por maiores investimentos em todos os níveis educativos, aumentos de vagas nas instituições públicas, estabilidade trabalhista para os funcionários e um sistema mais democrático de ingresso nas graduações.
Os professores, por sua vez, completam hoje duas semanas de greve nacional contra o projeto de reestruturação da Carreira Docente, feito de maneira obscura e verticalizada por parte do governo. Salários baixos e uma prova de conhecimentos como pré-requisito para o magistério são alguns dos absurdos que os professores não estão dispostos a aceitar.
Na manifestação houve ainda bandeiras, lenços e cartazes em que se pediam “Não mais gols contra a educação”, numa alusão à atmosfera que vive o país às vésperas de receber a Copa América de futebol masculino.
Fonte: Jornal La Nacion, Fech.cl