Unificar as lutas da educação contra o ajuste de Dilma!
Não engrossaremos o coro dos saudosos da ditadura, nem mesmo o golpe representado pela Agenda Brasil. Nossa saída é a construção de uma alternativa progressista e radicalmente democrática, junto àqueles que estão se levantando em defesa da educação pública Brasil afora.
A crise econômica e política no Brasil tem tomado novas proporções. As medidas do ajuste fiscal se aprofundam no cotidiano dos trabalhadores, basta olhar a conta de energia elétrica dos últimos meses e os alimentos nos mercados nas últimas semanas. O plano de ajuste aplicado pelo governo Dilma tem atingido em cheio a vida da população. Sem falar que os estados também estão em crise, como é o exemplo do Rio Grande do Sul, onde há a perspectiva dos servidores estaduais não receberem seu salário ao final do mês.
Na Educação professores e técnicos-administrativos protagonizam uma importante greve contra o colapso que vive as universidades brasileiras. O corte foi brutal, cerca de 11 bilhões. Vários reitores afirmam ter orçamento até setembro, outras universidades já estão com conta de luz e água atrasadas, outras com o segundo semestre suspenso. No ensino privado os grandes tubarões do ensino continuam lucrando muito. Ao mesmo tempo milhares de estudantes estão fora da sala de aula devido ao corte do FIES, professores estão sendo demitidos em massa, as mensalidades subiram e os cursos presenciais estão se transformando em aulas EaD.
Não há saída e nem escolha, lutar hoje é um imperativo para defender a universidade e nossos direitos. Se as universidades não pararem pela greve vão parar pela falta de orçamento. Mas qual é o caminho? O ajuste fiscal aplicado pelo governo Dilma e pelos demais governos estaduais é o fio que liga os de cima contra os de baixo. É o fio que liga a velha direita e o governo. A “Agenda Brasil” proposta por Renan e exaltada por Dilma é o maior plano de ataques aos nossos direitos desde a redemocratização e nada mais é que uma repactuação de forças para garantir a estabilidade necessária à aplicação do ajuste.
Não convocamos os atos do dia 16, porque não marchamos ao lado daqueles que clamam intervenção militar ou que pedem a troca do sujo pelo mal lavado. Isso não é saída para crise alguma, mas é sim o seu agravamento. Não nos basta trocar as peças do jogo, queremos virar ele do avesso. Por outro lado, não convocamos o dia 20 porque não é possível lutar contra o ajuste do governo aliando-se ao próprio governo. Pois diferente do que afirma a presidenta da UNE, Carina Vitral, nós não somos melhores amigos de Dilma, não somos seus aliados.
O cenário é complexo e, diante dele precisamos ter clareza de quem são nossos aliados para enfrentar o ajuste e defender a democracia. Não engrossaremos o coro dos saudosos da ditadura, nem mesmo o golpe representado pela Agenda Brasil. Nossa saída é a construção de uma alternativa progressista e radicalmente democrática junto àqueles que estão se levantando em defesa da educação pública Brasil afora. Queremos fortalecer o campo grevista.
Por isso, neste dia 18, nos somaremos ao chamado nacional dos Servidores Públicos Federais para afirmar uma agenda positiva de direitos ao país. É preciso enfrentar os inimigos dos trabalhadores, que também são nossos inimigos. O calendário de lutas seguirá com uma grande caravana à Brasília no dia 28. Vamos ocupar as ruas da capital do país para lutar contra os cortes de Dilma. Depois de um vitorioso dia 11 de agosto, é hora dos estudantes tomarem as ruas com os servidores. Vamos juntos!
Coletivo Universitário Juntos!