Por mais direitos para a juventude: os estudantes não podem pagar pela crise!
A juventude das escolas não pagará a conta da crise e nem aceitará retirada de direitos. Nosso caminho é a mobilização. Juntos pras ruas e rumo ao 41º CONUBES.
Manifesto Nacional Juntos! Nas Escolas: Rumo ao 41º Congresso da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES).
Os estudantes que tomaram as ruas em Junho de 2013 por mais direitos, tem grandes desafios pela frente. O cenário é de forte crise econômica e crise política, o Governo Federal e os Estaduais aplicam o ajuste fiscal de norte a sul do país, tal ajuste significa passar a conta da crise para o povo, principalmente para a juventude. No Congresso Nacional vemos deputados e senadores defendendo os próprios interesses, a maior expressão disso é Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Envolvido em casos de corrupção, é o atual presidente da Câmara e representa o que há de pior do conservadorismo e do retrocesso nos direitos sociais e individuais. Cunha é atualmente o maior inimigo da juventude.
No 1° semestre de 2015 vimos que a política dos ‘’engravatados’’ está cada vez mais distante dos nossos sonhos e necessidades. A Câmara dos deputados aprovou uma reforma política que continua privilegiando o dinheiro, para completar a tragédia também aprovou o PL 4330 – projeto que piora a condição do trabalho terceirizado, afetando principalmente os jovens – e a PEC 171/93, que reduz a maioridade penal de 18 para 16 anos, um ataque que afetará principalmente a juventude negra. O recado que nos deram é que querem continuar representando os financiadores de suas campanhas, nos explorar mais e trocar os nossos livros por algemas.
Até agora a “Pátria Educadora, novo slogan do Governo Federal, já cortou mais de 9 bilhões na Educação – afetando as Universidade e os Institutos Federais. Não satisfeitos com os cortes, aprovaram também as MP’s 664 e 665, que atingem principalmente o seguro desemprego dos jovens. Para completar, agora querem aprovar a Agenda Brasil, medida que ataca o SUS, libera as terceirizações, coloca em risco as terras indígenas e o meio ambiente. No Paraná, o Governador Beto Hicha (PSDB) reprimiu violentamente os servidores públicos que lutavam contra o pacote de maldades que queria aprovar. No Rio Grande do Sul, temos acompanhando mobilizações históricas dos trabalhadores contra as medidas de Ivo Sartori (PMDB).
Nas nossas escolas, os problemas antigos se agravam. A evasão escolar atinge 45,7% dos jovens com até 19 anos. A cada 4 professores, 1 deles é temporário. Os índices que medem a qualidade, como o IDEB, continuam baixos. Nossas salas seguem superlotadas, em muitas faltam professores, quadras de esportes, bibliotecas, laboratórios de informática, merenda e almoço. Muitos também são os estados e cidades ainda sem o Passe Livre Estudantil e quando tem, o uso é restrito, só nos dão a oportunidade de ir a aula, mas se esquecem que também queremos direito a cidade. A quantia gasta pelo governo federal em alunos do ensino médio de 16 Estados do País em 2015 é insuficiente para garantir a qualidade mínima necessária. Para alcançarmos a quantidade miníma estipulada de gasto por aluno, os Governos deveriam investir R$ 50 bilhões a mais até 2016, mas ao invés disso o Governo só corta na educação.
Se o machismo continua muito presente no nosso cotidiano de aulas, as mulheres estudantes tem que se unir, não podemos escutar caladas todo o machismo que é, praticamente, ensinado e reproduzido pelos professores e diretores. Se as mulheres se unirem, podemos acabar com as piadas, assédios e até estupros que ocorrem dentro da escola. Em um país onde a cada 28 horas uma LGBT é morta no Brasil, vemos que a LGBTfobia também é grande nas nossas salas e corredores, são nesses espaços, onde aprendemos desde pequeno, que não devemos ser quem somos. Por isso defendemos o Kit de Combate a LGBTfobia nas Escolas, que foi vetado pela Presidente Dilma Rousseff.
E o que a gente tem a ver com tudo isso? Nós acreditamos que se os estudantes de escola, ensino técnico e cursinho se unirem e lutarem contra os poderosos e suas injustiças, podemos reverter como está o Brasil. Deixar a política e a escola com a nossa cara, se eles não nos representam, nós precisamos nos representar. Temos de ocupar a política como, em diversas cidades, ocupamos a câmara municipal para lutar pelo debate de gênero e orientação sexual nas escolas municipais no Plano Municipal de Educação. Necessitamos unificar nossa luta com as trabalhadoras e trabalhadores que estão tendo seus direitos cortados. E para isso: só ocupando a rua, a escola, o grêmio estudantil e o Congresso da UBES que poderemos construir um futuro diferente!