Coletividade é a nossa chave: entrar, lutar, permanecer!
A chapa “Coletividade é nossa chave: entrar, lutar e permanecer” está concorrendo às eleições para a representação discente da congregação do IFCH.
O ano de 2021 começou com uma série de calamidades causadas pela piora da pandemia e pelo aumento da miséria e do desemprego entre o povo. A decisão contrária à prorrogação do auxílio emergencial certamente vai piorar o cenário de pobreza e de dor de milhões. O negacionismo, o desprezo à ciência e o deboche as milhares de mortes também são marcas da gestão desastrosa de Bolsonaro. É a primeira vez que a nossa geração experimenta uma combinação brutal de crises tendo um governante que torce diariamente pelo vírus contra a saúde pública e a vida da população!
Se é verdade que a situação está muito ruim para a maioria das pessoas, também é verdade que há muita disposição de luta e enfrentamento à extrema-direita no poder como as carretas mostraram nos últimos dias. O maior exemplo de mobilização contra o projeto de país antipovo de Bolsonaro foi protagonizado pela juventude. O tsunami da educação disputou a opinião popular na rua, garantiu um freio nos planos de privatização do ensino público e defendeu as ciências humanas, a razão e o pensamento crítico contra o obscurantismo.
A vitória dos estudantes por meio da mobilização nos mostra que o caminho para construir a derrota do genocída é apostar no desenvolvimento das lutas em curso. Por isso, integramos o pedido de impeachment formulado pelos estudantes de Direito da USP atuantes no centro acadêmico XI de Agosto. Somos parte daqueles que entendem que para vencer a pandemia e salvar vidas é necessário fortalecer todas as ações pelo FORA BOLSONARO!
Bolsonaro e seus ministros decidiram elencar as universidades públicas como inimigas não à toa. O movimento estudantil sempre teve papel decisivo na defesa da democracia e da razão. Atualmente, produzimos mais de 98% de toda a pesquisa nacional e somos uma pedra no sapato do negacionismo. Inclusive, graças aos institutos públicos como o Butantã e aos pesquisadores é que foi possível termos a vacina Coronavac. Mesmo com essa enorme conquista que comemoramos muito, ainda não há garantias de que toda a população será vacinada de maneira gratuita. É nosso dever enquanto estudantes lutarmos em todos os espaços por um plano universal de vacinação!
Com a enorme alegria de todes com o anúncio da vacina, João Dória quis se aproveitar da ocasião se apresentando como “O defensor da ciência” em São Paulo a contragosto de Bolsonaro. Em contrapartida, o governador enviou à ALESP propostas de cortes brutais na principal agência de fomento à pesquisa no Brasil – FAPESP – e nas universidades estaduais, numa tentativa de forçar a privatização do ensino público. O recado que damos a Dória é que temos história, viemos de longe e vamos derrotar seu projeto de destruição das estaduais.
A pandemia também escancarou as gritantes desigualdades sociais entre os estudantes na Unicamp. Muitos de nós, estudantes pobres, negres, indígenas fomos afetados pelas dificuldades de seguir o nosso curso de maneira online. Seja por conta das dificuldades de acesso, questões familiares, de saúde física e mental, etc. Essas situações confirmam como ainda a universidade está longe de ser pensada para a realidade da maioria da população. Suas estruturas, seu currículo, não estão preparados para lidar com realidade diversa do povo. Afirmamos que viemos para ficar e lutaremos o tanto que for preciso para criar uma universidade nossa e para que não sejamos os últimos de nossas famílias a ter acesso ao ensino público!
Travamos importantes batalhas durante 2020 na Unicamp. A reitoria de Knobel nos surpreendeu com a proposta de reformulação dos critérios para a concessão de bolsas SAE. Com a nova proposta meritocrática, muitos estudantes ficariam de fora do processo por ela levar em conta o tempo de curso, reprovações em disciplinas e transferência. A partir da nossa luta conseguimos barrar a proposta de Knobel e atualmente o movimento estudantil elabora uma proposta dos estudantes a partir de GTs e assembleias, e estão se encerrando ainda no GT da reitoria os embates para que os critérios contemplem nossas reivindicações Seguimos na luta por nenhuma bolsa a menos!
A reitoria ainda ignora o acordo de reforma e expansão da moradia estudantil feito com os estudantes na última greve. No começo desse ano, por conta da situação histórica de sucateamento da moradia estudantil, vários estudantes e suas famílias ficaram sem energia elétrica e com suas casas alagadas. Vagas estão sendo perdidas pela estrutura condenada de algumas casas. Nos somamos ao movimento em defesa dos programas de permanência e por reforma imediata da moradia!
Para nós, é essencial que a defesa da permanência estudantil seja o centro das lutas no próximo período. Não queremos apenas entrar na Unicamp, queremos ter condições de permanecer e acreditamos que isso se dará apenas a partir da luta coletiva. A luta dos estudantes muda e transforma a universidade!
É com essas concepções que o coletivo Juntos! coloca à disposição os nomes de Edvaldo e Luiz como candidatos à representação discente da Congregação do IFCH! Uma RD que esteja a serviço e lado a lado com os estudantes. Queremos pautar no espaço máximo de deliberação do instituto a necessidade de defesa do ensino público, e da democracia universitária, bem como a permanência estudantil para os estudantes! A coletividade é a nossa chave e a luta é o caminho para a vitória!