Nota do Juntos! UFPA
Os desafios são muitos, mas a força dos estudantes unidos derruba o fascismo e constrói um novo mundo! Por isso, o DCE da UFPA precisa estar à altura das lutas.
Os estudantes e a luta em defesa da educação sempre foram linha de frente em defesa da democracia e contra todo tipo de ataque social. No governo de Jair Bolsonaro, as escolas e universidades foram eleitas como uns de seus principais alvos de cortes de orçamento e projetos de privatização. 2021 traz como horizonte o corte de mais de 1,4 bi para a educação, e é fundamental termos uma entidade estudantil que corresponda a todas as necessidades de mobilização para a luta em defesa da educação e pelo #ForaBolsonaro! Entretanto, hoje o DCE UFPA, entidade de uma das maiores universidades do país em número de estudantes, não tem conseguido corresponder às necessidades de mobilização do período que vivemos.
O DCE UFPA, dirigido pela UJS, MPJ e Levante Popular da Juventude, pela chapa Tsunami da Educação, teve muitas dificuldades para construir movimento em 2020. A realidade mundial foi brutalmente afetada pela covid-19 com todas as suas consequências e perdas e a corrida de diversos países contra a destruição fatal do vírus não ser seguido pelo Brasil. Frente a isso, o movimento estudantil de maneira autônoma sempre esteve presente fazendo panelaços, janelaços, projeções, lives, para denunciar toda ação criminosa e irresponsável feita.
Enquanto isso, o setor majoritário do DCE UFPA preferiu centrar esforço em ações conjuntas com a reitoria, que são muito importantes, mas sem deixar que isso defina o que é a entidade. Assim, resolveu ter uma gestão sem reuniões ordinárias, de conversas isoladas e com um conselheiro que não legitimou a decisão dos CEBs e votou de maneira individual nos conselhos da universidade, como foi o caso do voto a favor do ensino remoto, mesmo depois dos estudantes terem se debruçado durante semanas sobre a proposta da reitoria e avaliarem os impactos do ensino online. Além de, mesmo diante da realidade pandêmica, construíram uma campanha em conjunto com a UNE de retorno às aulas, sendo que o Ensino Remoto na UFPA está em andamento desde setembro de 2020. Seria o retorno presencial em um país que está batendo recordes de vítimas, então?
Mesmo diante das dificuldades dos encontros presenciais para construção de ações, as lutas não cessaram! Nós nos Juntos! em conjunto com o movimento A UFPA Vale a Luta – Oposição de Esquerda do DCE, pressionamos pela necessidade de haver mobilizações, por isso estivemos presentes e construímos coletivamente as lutas em defesa do impeachment de Bolsonaro, em defesa do auxílio emergencial, os protestos antirracistas e antifascistas, as ações contra as intervenções, a greve global pelo clima, o breque dos apps, a greve dos correios, os atos contra a reforma administrativa. Todas essas ações representam as lutas que 2020 carregou e que a direção majoritária do DCE UFPA em muitas delas esteve ausente, seja pelo abandono de muitos diretores da entidade, seja pela opção do PCdoB (UJS) e PT (MPJ e Levante) não se enfrentarem com o governo Helder Barbalho.
É necessário ter uma entidade conectada às lutas!
O período de gestão do DCE UFPA chega ao fim, entretanto, diante das dificuldades imposta para o encontro presencial, o movimento estudantil em diversas universidades está adotando o adiamento como solução para as entidades estão chegando ao fim. Na última reunião do DCE, no dia 18/02, os diretores do campo majoritário compartilharam a defesa do adiamento por 1 ano.
O Juntos! acredita que não há condições de realizar a eleição do DCE de maneira online, além de não ser participativa, pelo fato de muitos estudantes não estarem com acesso à internet – inclusive os que se inscreveram no edital de Auxílio Digital, por conta da reitoria não ter distribuído todos os insuficientes chips e auxílio financeiro -, também não há como garantir a lisura do processo. Então, o adiamento da gestão é a melhor alternativa a ser seguida. Porém, deixando negritado que é por conta dos empecilhos de construir eleição, não pela falta de balanço e críticas à gestão de 2019-2020. Por isso, nossa proposta é do adiamento por 6 meses e depois desse período ser reavaliado em CEB. Pois, assim, conseguimos garantir debates contínuos com os centros acadêmicos com uma gestão que está aberta à novas ideias.
Para ter uma entidade democrática, é preciso garantir espaços de debate e construção com reuniões frequentes, só assim conseguimos enfrentar todos os desafios postos. Com o corte de 1,4bi na educação previsto para 2021 pelo Projeto de Lei de Orçamento Anual (PLOA), o orçamento de custeio da UFPA diminui 15%, atingindo um valor histórico de ser o menor nos últimos 10 anos. Esse ataque vai atingir diretamente as pessoas que mais precisam dos programas de assistência estudantil e que em sua maioria são jovens negros de baixa renda que driblaram as estatísticas e estão rompendo os muros das universidades, pintando-as cada vez mais de povo.
Os desafios são muitos, mas a força dos estudantes unidos derruba o fascismo e constrói um novo mundo! Por isso, o DCE da UFPA precisa estar à altura das lutas. Propomos para o conjunto dos centros acadêmicos e estudantes da UFPA que o período de adiamento da gestão seja desenvolvido com mais participação de todos, com a criação de grupos de trabalho pela abertura das diretorias temáticas para quem quiser construir coletivamente ações em defesa da UFPA e da educação. São elas: Assistência Estudantil, Mulheres, Movimentos Sociais, LGBT e Negros e Negras.
Temos no horizonte o 8 de Março – Dia Internacional da Luta das Mulheres, que desde 2017 é marco inicial do calendário anual de lutas e apesar de existirem as limitações para a construção de mobilizações presenciais massivas para encher as ruas com o movimento feminista, é necessário ter as entidades estudantis também como referência de que os tempos são difíceis, mas a batalha continua. Por isso, o Coletivo Juntas!, em conjunto com os Centros Acadêmicos, está lançando a campanha “Mulheres na Pesquisa na UFPA”, para reivindicar o avanço da ocupação das mulheres nas universidades, como fruto de uma luta histórica, e ser parte do movimento contra os cortes na educação.
O CEB marcado para o dia 5 de março deve ser a representação de que os estudantes não estão inertes às batalhas a serem enfrentadas. Carregamos a indignação contra as políticas de destruição da educação pública e a força do movimento estudantil como trincheira de luta na formação de uma nova sociedade!
#ForaBolsonaro
#ContraOsCortesNaEducação
#EmDefesaDaAssistênciaEstudantil
#VacinaParaTodos