O retorno presencial e o papel da UBES: nota do Juntos! nas Escolas
Em meio à genocida política de Bolsonaro, o movimento secundarista não pode ser o freio da vacinação, e sim disputar a narrativa da vacinação no país, como a única saida dessa crise sanitária, educacional, econômica e política. Para isso não podemos aceitar que a UBES oriente um método de retorno seguro às aulas. Precisamos de políticas incisivas na pressão pela vacinação e pelo auxílio emergencial justo já!
No último período estivemos acompanhando o avanço da pandemia no país e a falta de politicas públicas de um governo genocida que é o de Bolsonaro. Seguindo um lógica negacionista de governo, a falta de um plano de vacinação, o veto à organização de estados e municípios em relação a compra de vacinas, os desmontes na saúde e na educação, os quase dois mil mortos diários do último período, e as mais de duzentos e cinquenta mil famílias que perderam seus entes queridos não é mais um descaso do governo, é um projeto político de massacre da população.
Diante desse contexto, desde 2020 o movimento secundarista têm se postulado contra as medidas irresponsáveis do governo. No adiamento do Enem, contra as intervenções, na queda de Weintraub, na aprovação do Fundeb, contra o retorno presencial das aulas. Tivemos muitas lutas em defesa da educação e da vida, e hoje, após o abismo gerado pelo ensino remoto e a paralisação das aulas no período de 2020, assim como o vislumbre das vacinas no Brasil, nossa responsabilidade por tomar a dianteira desse processo e disputar a narrativa da vacinação como a única forma de garantirmos um retorno minimamente seguro aumentam.
No entanto, apesar de entendermos que hoje não existem condições sanitárias para um retorno presencial, onde alguns estados inclusive cogitam o lockdown, observamos por parte da entidade de representação nacional dos secundaristas (UBES), na última quinta-feira (04/03) apresentou uma pesquisa com a intenção de orientar de forma segura o retorno presencial nas escolas. Atitudes como essas estimulam a pressão pelo volta às aulas que fazem o setor privado junto dos governadores e Bolsonaro. Ao mesmo tempo que enfraquece a unidade dos setores na luta em defesa da educação, como os professores, que em SP e no RJ tem dado exemplo, travando greves em defesa da vida, exigindo a vacinação dos profissionais da educação, cobrando dos governadores o dever de garantir a merenda e o acesso as matérias e as plataformas digitais aos estudante enquanto não houver condições sanitárias para um retorno.
Nós, secundaristas do Coletivo Juntos, acreditamos que é nosso dever como estudantes ter uma postura incisiva em relação a cobrança da vacinação nos estados, incluindo os profissionais da educação como grupo prioritário e reivindicando o distanciamento e isolamento social garantido para toda a sociedade através de um auxilio emergencial justo até o fim da pandemia.
Diante disso, para não pautar ações distoadas da realidade, é necessário um plano de lutas que, através da UBES e da base de estudantes, una o movimento estudantil secundarista por exigências que o momento pede, principalmente pela vacinação, pela garantia de uma efetiva assistência estudantil, apoio aos professores, contra os corte, pelo auxílio emergencial e impeachment já.
O momento pede políticas que garantam a vida dos estudantes, dos profissionais da educação e de suas famílias, e não de atitudes que vão de contramão com a realidade dos estados. O último dia 25 de fevereiro, marcado como um dia nacional de mobilização contra os cortes, foi o pontapé inicial dos novos levantes para esse ano, e não podemos retroceder nas lutas.