Neste domingo (11/04), em pleno cenário tenebroso de múltiplas crises em que o CRESCIMENTO DO NÚMERO DE MORTES POR COVID é uma realidade que afeta milhões de brasileiros, ficamos sabendo de uma situação inaceitável de exposição ocorrida em meio virtual por alguns estudantes da Unicamp.

Foi lançada uma página no Instagram chamada “As mais rodadas da UNICAMP”, cujo objetivo era expor a “ficha sanitária” de mulheres estudantes da Universidade. Nesta mesma página, foi postado a imagem de uma jovem que não fez absolutamente nada além de exercer o seu direito de se relacionar com quem quiser. 

É pauta do movimento feminista a luta contra o machismo que nos ataca e oprime assim que nós, mulheres, ousamos ser livres de todas as formas possíveis. Quando nosso corpo é livre para exercermos a nossa sexualidade, isto é, dentre outras coisas, para nos relacionarmos com quem quisermos e por quantas vezes for de nosso desejo – é atacado, exposto e somos moral e publicamente feridas. 

Aos homens tais direitos são garantidos plenamente sem que sofram de qualquer estigma social. Entendemos que a existência desta página é repugnante. Um ato covarde e totalmente contrário ao tipo de sociedade que construímos no dia-a-dia! Felizmente, não demorou muito para que a partir da resposta rápida das mulheres que denunciaram a página massivamente na internet conquistassem a queda dela! 

É ainda mais chocante que este ataque virtual venha da comunidade universitária, que tem acesso a debates e informações sobre como corrigir comportamentos misóginos e machistas. Tal fato torna este acontecimento ainda mais indefensável! 

Outro aspecto é que a crueldade também está no contexto em que a página foi lançada, pois meio a pandemia, vemos as mulheres tomando em seus ombros todo o peso do serviço doméstico, do trabalho desvalorizado, da educação dos filhos, do cuidado da família, e em meio a essa sobrecarga, ainda somos submetidas a tais situações.  

Já temos muito a adoecer mentalmente com toda a realidade brasileira atual, e ainda assim, para piorar, nos vemos vulneráveis a ataques cibernéticos, a exposição covarde e cruel.

Nós do Juntas, coletivo feminista parceiro do Juntos! repudiamos a existência desta página e exigimos a investigação e a punição dos responsáveis pela criação e divulgação do conteúdo.

Nos solidarizamos às vítimas da exposição e continuamos juntas na luta por um projeto de sociedade que combate toda forma de opressão e exploração, em prol da emancipação de todas nós mulheres e de toda a humanidade!

MACHISTAS não passarão!! 

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