Conselho Universitário da UFRGS pede a destituição do Reitor interventor
A chapa foi nomeada por Bolsonaro em setembro do ano passado após uma articulação do deputado bolsonarista, Bibo Nunes. Bulhões foi o único candidato a perder em todos os seguimentos, somando 1800 votos.
Em um dia histórico, o Conselho Universitário da UFRGS aprovou, por 59 votos a 7 e 4 abstenções, a proposição de destituição do Reitor interventor, Carlos André Bulhões, e da vice, Patrícia Pranke.
A chapa foi nomeada por Bolsonaro em setembro do ano passado após uma articulação do deputado bolsonarista, Bibo Nunes. Bulhões foi o único candidato a perder em todos os seguimentos, somando 1800 votos. Na ocasião, a chapa apoiada pelo Juntos e pelo DCE da UFRGS, somou 8947 votos, sendo a chapa mais votada e ganhando nos segmentos discentes e técnicos. Na formação da lista tríplice, a chapa com o maior número de votos ficou em segundo pela ausência de paridade. O sistema de consulta da UFRGS concede pesos diferenciados para os votos dos diferentes segmentos: docentes: 70%; técnicos: 15%; discentes: 15%.
Depois de assumir o cargo, Carlos André Bulhões passou a atacar imediatamente a Universidade, realizando uma reestruturação administrativa que extinguiu pró-reitorias, criou novas e fundiu outras. A então fundada Pró-Reitoria de Inovação passou a ter superpoderes e a Secretaria de Relações Internacionais perdeu autonomia.
Nenhuma dessas ações passou pelo Conselho Universitário, o que é uma obrigação pelo Estatuto. Logo, a comunidade se moveu cobrando explicações. Foi formada uma comissão especial para avaliar a matéria. Do trabalho desta comissão, saiu o Parecer 067 que revertia a reestruturação dando um prazo para que a Reitoria respondesse. Em mais uma ação autoritária, Bulhões desacatou o Conselho, mantendo as alterações na Universidade.
Depois disso, nova comissão foi formada no Conselho. Agora para avaliar se houve crime de responsabilidade e quebra do Estudo. O resultado foi o parecer 080 que recomendou a abertura de processo administrativo junto ao MEC, a Representação no MPF e a convocação de uma sessão especial do CONSUN para votar a proposição de destituição da atual reitoria.
Assim, chegamos ao CONSUNI desta sexta. Nessa votação, 60 conselheiros e conselheiras votaram pela destituição, 7 foram contrários e 4 preferiram abster-se.
Essa foi uma importante vitória, fruto da mobilização e da articulação interna da universidade. Constituiu-se um amplo setor em unidade com docentes, técnicos e estudantes que defendem a universidade e a ciência. A vitória foi extremamente importante, embora parcial. Isso porque agora o tema segue para o MEC, órgão responsável pela destituição. Nesse sentido, a pressão agora volta-se contra Milton Ribeiro e Bolsonaro.
É preciso manter a mobilização interna na Universidade, construindo e ampliando a unidade. O Juntos e o DCE da UFRGS estarão à serviço da luta. Esperamos que essa importante vitória seja um exemplo nacional na luta contra a intervenção e o projeto de desmonte da educação pública e de qualidade.
Seguimos na luta! Vamos Juntos!