Entrar em movimento para defender a UFF e derrubar Bolsonaro
O governo Bolsonaro não dá trégua para os estudantes porque seu plano é a destruição da ciência brasileira e suas universidades. Por isso, precisamos construir as diversas lutas de dentro e fora da universidade.
Com quase dois anos sem aulas presenciais, são muitos os prejuízos enfrentados pelos estudantes da UFF. Além das gerações de calouros que ingressaram na universidade sem ainda conhecê-la, é nítido também o prejuízo educacional que tem acarretado o ensino remoto. Mas há também uma dificuldade que estamos enfrentando e que queremos tratar aqui: a dispersão da organização dos estudantes.
Foi a partir do movimento de estudantes da UFF, com os Centros Acadêmicos, coletivos do movimento estudantil, atléticas e demais grupos que se organizam dentro da universidade, que conseguimos por exemplo fazer um grande movimento em 2019 para barrar os cortes na educação. Com a ausência do encontro e os muitos problemas que enfrentamos em nossas vidas, estamos vendo uma dificuldade de renovação desses espaços tão fundamentais para nossa ação coletiva. Se soma aqui, uma ausência completa do Diretório Central dos Estudantes, que pouco ou nada fez nesse período em que mais precisávamos de um DCE ativo, que pudesse organizar campanhas de solidariedade, debates com os CAs, mobilizar para os atos pelo Fora Bolsonaro, além de responder às demandas mais concretas e cotidianas.
Por outro lado, a situação de crise só aumentou. Sabemos o que significa a falta do bandejão para muitos estudantes de Niterói. E também sabemos que ficou ainda mais distante para os estudantes do interior, a possibilidade de construção de um bandejão e de moradia, pautas e demandas históricas que defendemos para nossa permanência na universidade. Isso tudo, porque o orçamento federal de 2021, impôs mais um corte de verbas às UFF. Que não apenas coloca para nós uma incerteza do que vem pela frente, mas escancara o que estamos vendo numa das maiores universidades do país, mas com uma das piores políticas de assistência estudantil: a expulsão dos estudantes pobres da universidade.
Diante dessa realidade, mais do que nunca é necessário que os estudantes se organizem para defender a UFF e derrotar esse governo inimigo número um da educação e o seu projeto antipovo. Desde maio, fomos milhares de jovens e estudantes em todo país ocupando as ruas pelo impeachment de Bolsonaro e em defesa da nossa universidade. Assim como em 2019, quando a UFF foi vanguarda na luta contra os cortes na educação e contra o projeto de privatização da universidade, é hora do movimento estudantil da UFF se reorganizar. Não tem como pensar num projeto de universidade popular sem que a gente derrote esse governo criminoso e seus aliados. Por isso, não podemos esperar até 2022! O movimento estudantil da UFF precisa arrastar pelo exemplo e ser linha de frente na derrubada desse governo da fome, do desemprego e que é contra a educação!
Temos muitos desafios pela frente, como a luta para reverter os cortes bilionários na educação que afetam o seu pleno funcionamento, pela prorrogação do prazo de vigência da lei de cotas, a luta contra a violência de gênero na UFF, contra a evasão escolar e, por mais bolsas e menos burocracia. Além disso, tem a discussão do retorno das aulas presenciais que não pode ser um debate de cúpula e deve ser amplamente discutido com toda a comunidade acadêmica. Antes de qualquer retorno às aulas presenciais, é preciso levar em conta uma série de fatores: permanência estudantil, biossegurança, vacinação dos estudantes, técnicos e professores, orçamento, transporte e estrutura. Retorno presencial só com as garantias da nossa segurança e de assistência estudantil!
Os estudantes não vão pagar a conta da crise! Precisamos dar um basta na miséria e fome que passa nosso povo e no desmonte geral da educação. O Núcleo do Coletivo Juntos! vem construindo diversas atividades para debater de forma coletiva as demandas dos estudantes, sobretudo organizando de forma concreta a nossa mobilização em defesa da UFF. Convidamos todas, todos e todes a organizar a sua indignação com o Juntos! O governo Bolsonaro não dá trégua para os estudantes porque seu plano é a destruição da ciência brasileira e suas universidades. Por isso, precisamos construir as diversas lutas de dentro e fora da universidade. Ou seja, participando dos atos e panfletagens pelo Fora Bolsonaro, no apoio aos calouros, construindo o CA ou DA do seu curso, participando dos espaços de deliberação da universidade e na construção de um calendário de lutas em defesa das nossas vidas. Defender a UFF é lutar pela Fora Bolsonaro agora. É hora da maioria tomar as ruas em um Tsunami Antifascista!