Contra a intervenção de Bolsonaro na UFG!
Na última terça-feira, o Governo Federal promoveu mais um ataque à autonomia universitária ao nomear a professora Angelita Pereira Lima, terceira colocada da lista tríplice, para a reitoria da Universidade Federal de Goiás (UFG).
Na última terça-feira, o Governo Federal promoveu mais um ataque à autonomia universitária ao nomear a professora Angelita Pereira Lima, terceira colocada da lista tríplice, para a reitoria da Universidade Federal de Goiás (UFG). Essa nomeação deslegitima a vitória democrática obtida por Sandramara Matias Chaves na consulta pública realizada na universidade e também no Conselho Universitário (CONSUNI).
É importante ressaltar que a reitora nomeada não é de forma alguma responsável por esse processo antidemocrático, pelo contrário, Angelita é um nome importante na luta em defesa da universidade pública, atuante no movimento sindical e feminista no estado de Goiás. Entretanto, se optasse pela recusa em assumir o cargo, abriria brecha para a nomeação de um reitor interventor, fora da lista tríplice e alinhado ao bolsonarismo.
A lista tríplice é mais um dos resquícios da ditadura civil-militar jamais enfrentada nesses 30 anos de redemocratização do Brasil. A votação envolvendo todos discentes, docentes e técnicos-administrativos em educação para a escolha da reitoria tem caráter meramente consultivo. Posteriormente o Conselho Superior das universidades, formado por apenas algumas dezenas de representantes, se reúne para eleger os nomes aptos a assumir os cargos de reitor e vice, formando uma lista com os três mais votados para cada cargo que é encaminhada para o MEC, esse sim com a palavra final para escolher entre os nomes enviados.
Entretanto vínhamos de uma longa tradição de respeito ao processo democrático: o Conselho Superior de cada universidade referendava sua consulta pública, bem como os governos FHC, Lula, Dilma e Temer indicavam o primeiro colocado da lista tríplice, apesar de nenhum deles ter enfrentado essa estrutura autoritária.
Bolsonaro rompeu com essa tradição: não estamos diante de uma exceção, a UFG se soma a mais de 20 Instituições de Ensino Superior (IES) públicas sob jugo do atual governo. Essas intervenções estão em consonância com o projeto do capital para a educação: caminham lado a lado com o programa econômico ultraliberal de Paulo Guedes, com as políticas de corte orçamentário iniciadas em 2015, com a retirada de direitos sociais intensificada nos últimos anos, com os ataques à liberdade de cátedra via Escola Sem Partido e com o anticientificismo promovido pelo presidente.
Nesse cenário reafirmamos nosso compromisso histórico por uma educação para além do capital! Pela autonomia universitária, contra a lista tríplice e as intervenções nas IES. Seguiremos mobilizados para que a reitora eleita seja empossada!