Na manhã de terça-feira, primeiro de fevereiro, uma cratera se abriu na Marginal Tietê a partir da escavação do chamado “Tatuzão” nas obras do Metrô da Linha 6 – Laranja. Dessa vez, não houve vítimas, diferente do que ocorreu em 2007 na Marginal Pinheiros nas obras do Metrô da Linha 4 – Amarela, onde 7 pessoas morreram. A construção da linha atualmente faz parte de uma PPP (Parceria Público Privado) do Estado com o conglomerado espanhol Acciona, grupo que conta com mais de 100 empresas na sua formação.

Governos Tucanos de São Paulo sempre estiveram ligados a atrasos e complicações às obras do transporte público urbano em São Paulo, com diversos escândalos de corrupção e desvio de verba. Inclusive, denúncias revelaram em 2017 que as obras da Linha Laranja faziam parte do abastecimento de propina para os ex-governadores de São Paulo, Geraldo Alckmin e Gilberto Kassab. A obra esteve paralisada por 4 anos e, segundo João Dória, até 2025 a linha estará pronta. É importante lembrar que a obra foi lançada em 2008 e tinha previsão de inauguração para 2012, inicialmente. Desde então o prazo foi adiado muitas vezes.

Ainda há controvérsias sobre o que de fato provocou o desmoronamento. Segundo a versão oficial, o ocorrido teve origem no rompimento de um sistema de esgoto que coleta dejetos de nove bairros da região central e leva para a estação de tratamento de Barueri. Afirma-se que a vibração causada pelo tatuzão foi o suficiente para romper a estrutura que foi inaugurada em 2020 pela SABESP. Por outro lado, especialistas advertiram desde o início da tarde de ontem que erros assim são mais comuns do que se parece, pois encontra-se um problema crucial no armazenamento e obtenção de dados sobre o subterrâneo hídrico da cidade. Ou seja, é muito provável que os operários sequer imaginavam que ali se passava um túnel de esgoto.

O solo nas margens dos rios são saturados, portanto são solos mais instáveis e suscetíveis à desmoronamentos, principalmente em épocas chuvosas, como no início do ano. No entanto, o desastre não ocorreu por causas naturais. Os governos psdbistas representam a imobilidade do planejamento político e urbano do Estado de São Paulo. Aliados a elite paulista, suas promessas não saem do papel e catástrofes que poderiam ser evitadas acontecem. A verdadeira causa do acontecimento se esconde em ações sistemáticas que ocorrem ao longo de anos, como o desmonte de aparatos públicos do planejamento urbano, como foi o caso do fechamento da Emplasa por Dória, em 2019. A obra atrasará ainda mais e ficará ainda mais cara. Não há notícias de que a Acciona será punida ou multada. A população não aguenta mais pagar pelos erros da elite.

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