A fome e a falta de acesso a uma alimentação adequada tem crescido nos últimos anos no Brasil. O Inquérito Nacional sobre Segurança Alimentar de 2022 revela que aproximadamente 33 milhões de pessoas passam fome e quase 60 milhões sofrem de insegurança alimentar em algum grau, a insegurança alimentar é definida pela FAO (Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura) como quando as pessoas não têm acesso seja em quantidade ou qualidade suficiente de alimentos que garanta a sua sobrevivência.

Quando falamos em alimentação e temos que levar em consideração aspectos políticos e sociais, e não só a falácia do “poder de escolha”ou da reeducação alimentar, pois enquanto número de pessoas que passam fome cresce também cresce o consumo de alimentos ultra-processados, justamente por esses serem mais acessíveis a boa parte do povo brasileiro quando comparados a uma comida saudável e adequada. Estudos recentes mostram uma relação entre esse tipo de alimentação e doenças crônicas e metabólicas, o que é mais um problema para a classe trabalhadora brasileira, a questão é que assim como a solução pra fome, a redução de consumo desses alimentos está longe de ser uma realidade.

Durante o governo Bolsonaro e a atual crise do capitalismo, A maior parte da classe trabalhadora não tem a opção de comer saudável, como por exemplo, enquanto um quilograma de carne custa três vezes mais caro que a mesma quantidade de um produto embutido como a salsinha (produto feito com carne mecanicamente separada e cheia de aditivos químicos e com quase nenhum valor nutricional), essa acaba se tornando a única opção viável para muita gente.

Mas o que fazer com relação à saúde alimentar do povo brasileiro?

● Cobrar um projeto de sociedade em que se valoriza mais a saúde alimentar das pessoas que do lucro da indústria de alimentos
● Garantir e incentivar a produção de alimentos saudáveis e assim garantir que esses sejam acessíveis a população em geral e não apenas como “artigos de luxo” para nichos específicos da sociedade
● Fortalecer o salário mínimo pra aumentar assim o poder aquisitivo da classe trabalhadora e permitir acesso a comida de qualidade
● Reaver os armazéns da CONAB (Companhia Brasileira de Abastecimento) para manter os preços dos grãos consumidos no dia a dia como arroz, feijão e milho acessíveis
● Fortalecer políticas públicas de alimentação como o PNAE (Programa Nacional de Alimentação Escolar) e o PAA (Programa de Aquisição de Alimentos) que fortalece a agricultura familiar e ainda ajuda pessoas vulneráveis a terem acesso a comida de verdade

Precisamos entender que a fome no país é um projeto político que põe o lucro das indústrias de alimentos acima da saúde alimentar da população e que isso afeta diretamente a classe trabalhadora, que é quem mais sofre com a atual crise capitalista.
Que lutemos um projeto de sociedade que garanta comida de verdade na mesa do povo brasileiro!