No começo do mês de junho, quando se completava mais de 1 mês da greve dos professores, foi anunciado pelo governo, em reunião com os reitores e reitoras das universidades, R$5,5 bilhões para a consolidação e a expansão das universidades e dos hospitais universitários federais. O novo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) da Educação, propõe 3,75 bilhões para obras e reformas nas universidades, 600 milhões para expansão universitária e 250 milhões para os hospitais universitários. Além disso, se anunciou 400 milhões de recomposição orçamentária direto para os cofres da universidade, que seriam somados aos 347 milhões anunciados no mês passado.

É fundamental destacar que o anúncio do novo PAC representa uma vitória indiscutivelmente ligada à greve dos técnicos, professores e estudantes que se espalhou por todo o país. A relutância do governo em negociar o orçamento desde o início do mandato e o tom do próprio anúncio, que fez inúmeras referências à greve em curso, deixaram claro que essa conquista não foi um presente do governo, mas sim uma conquista direta da luta dos grevistas. E por ser uma vitória conquistada pela greve, é essencial que o debate sobre a  destinação do PAC responda às demandas e necessidades de toda a Universidade. A mobilização de diversos setores da educação foi essencial para esse avanço, mas as mobilizações precisam continuar para que o debate sobre orçamento reflita às contradições de anos de sucateamento e que a Permanência Estudantil tenha espaço nesse processo.

Contudo, nos deparamos no meio de Junho com o anúncio da reitora Márcia Abrahão,  que a Universidade de Brasília  teria recebido ofício do Ministério da Educação (MEC) destinando R$ 58,9 milhões do PAC das universidades para as obras de conclusão do prédio da Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária (FAV) e para o início da construção do prédio da “Aula Magna”, um grande auditório para 1.500 pessoas. 

Esse anúncio mostra, de forma clara, quais são as prioridades para o orçamento. Enquanto a Casa do Estudante cai aos pedaços, ou as filas quilométricas no RU continuam a existir ou ainda, a falta de vagas e recursos para a Assistência Estudantil, a prioridade da reitoria é construir auditório. Queremos que o orçamento do PAC seja debatido amplamente e que os estudantes sejam escutados! Em um cenário onde mais de 50% dos estudantes evadem do Ensino Superior, a escolha para onde deve ir esse recurso deveria ser imediata: a Permanência Estudantil deve ser a prioridade n°1 no orçamento da UnB.

Portanto, o Coletivo Juntos!, as entidades estudantis da UnB, e os estudantes da UnB, constroem esse abaixo assinado para que o orçamento destinado do PAC seja revestido em investimento para assistência estudantil, queremos a reforma e expansão da Casa do Estudante e a ampliação do Restaurante Universitário! 

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