Um chamado à unidade na USP: Em defesa de um ME democrático e combativo!
O ano de 2011 ficará marcado como um ano em que o projeto de educação pública e democrática foi solapado pela gestão da reitoria da Universidade de São Paulo. Demissões em massa, corte de vagas e cursos na EACH, assim como reformas no valor de milhões de reais sem discussão com a comunidade universitária são […]
O ano de 2011 ficará marcado como um ano em que o projeto de educação pública e democrática foi solapado pela gestão da reitoria da Universidade de São Paulo. Demissões em massa, corte de vagas e cursos na EACH, assim como reformas no valor de milhões de reais sem discussão com a comunidade universitária são apenas algumas demonstrações dessa política. João Grandino Rodas, reitor da USP, foi o grande impulsionador de um dos mais duros processos de ataque à universidade pública já visto nos últimos anos.
Essa conjuntura veio a reforçar a importância da organização coletiva dos estudantes em defesa de uma universidade verdadeiramente pública e democrática. Na EACH, os estudantes em luta puderam barrar o corte de vagas e o fechamento do curso de obstetrícia. Da mesma forma, em Lorena, a mobilização pôde fazer com que funcionários e professores daquele Campus passassem a ter seus salários equiparados aos dos demais campi. Ficou claro que precisamos de um movimento estudantil que agregue amplamente os estudantes e de um DCE que esteja presente em todos os cursos e campi. Só assim teremos condições de defender um projeto de universidade transformador da sociedade, baseado na luta em defesa da educação pública e de qualidade.
Entretanto, desde que a reitoria assinou o convênio com a Polícia Militar, provocando, no dia 27/10, a repressão policial aos três estudantes da FFLCH e a ocupação do prédio da diretoria da FFLCH em reposta, o papel do movimento estudantil vem sendo questionado. De um lado, temos visto a atuação divisionista de um setor que, pretendendo ser o verdadeiro portador da luta contra a reitoria, age de forma autoritária, desrespeitando os fóruns de decisão do movimento, deslegitimando as entidades estudantis e se recusando a dialogar com amplos setores da universidade. De outro, temos visto o crescimento de um sentimento conservador que clama à autoridade, deslegitima a organização coletiva e prega o conformismo. Justamente no momento em que se tornou mais óbvio o caráter de nossa universidade e se abriu um amplo debate a respeito da segurança na USP, torna-se ainda mais necessário afirmar uma concepção de movimento estudantil democrático e combativo, capaz de responder à demanda da maioria dos estudantes de nossa universidade.
Portanto, acreditamos que, nas eleições para o DCE-Livre da USP que seaproximam, está colocado mais do que a simples disputa pela gestão da entidade. O triunfo político e eleitoral daqueles que vêm defendendo os valores mais atrasados da nossa sociedade, ajudados pela política de um setor muito restrito dos estudantes, poderá gerar graves consequências para muitas gerações de estudantes da USP. É preciso ter sentido histórico do momento em que vivemos para deixarmos de lado divergências menores, disputas internas e autoconstrução. O sectarismo nesse momento poderá levar o movimento estudantil como um todo – e não apenas um setor ou outro – a uma grande derrota. Por outro lado, a vitória de um setor mais consequente do movimento estudantil se faz necessária para seguir combatendo a política de Rodas e apresentando uma alternativa ao projeto de universidade colocado.
Fazemos um chamado aos setores organizados da Consulta Popular, Contraponto, Juventude Libre e estudantes independentes que defendem um movimento estudantil democrático e transformador a participar de uma chapa de unidade nestas eleições para o DCE da USP! Convidamos ainda a participarem de nossa convenção de chapa, nesta quinta-feira, (03/11), às 18h30, no prédio das Ciências Sociais.
Coletivos que convocam a convenção da chapa: Juntos!, A USP que Queremos (ANEL) e Rompendo Amarras (Barricadas Abrem Caminhos e Domínio Público)