Marcha das Vadias: Nem putas, nem santas. MULHERES!
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Marcha das Vadias: Nem putas, nem santas. MULHERES!

O dia 10 de Março de 2012 não será mais um dia qualquer na história da cidade de Pelotas. Nossa cidade, que é conhecida por ser pátria-mãe de muitos homossexuais, a partir de agora é também um reduto de luta contra o machismo e a violência contra mulher.

Roberta Borges Mello 14 mar 2012, 22:44

*Por Roberta Borges Mello

O dia 10 de Março de 2012 não será mais um dia qualquer na história da cidade de Pelotas. Nossa cidade, que é conhecida por ser pátria-mãe de muitos homossexuais, a partir de agora é também um reduto de luta contra o machismo e a violência contra mulher.

No último sábado, centenas de mulheres e homens ocuparam a esquina democrática entoando gritos e cantos contra o machismo e pela liberdade da mulher, por aproximadamente 4 horas, em um calor de aproximadamente 40°C. Em uma cidade marcada pelo peso da aristocracia moralista e pelos sucessivos desmandos de uma burguesia decadente, a Marcha das Vadias marcou época. Até então o Dia Internacional da Mulher era comemorado com flores, aplausos e festa. A partir de agora, esse dia será lembrado por sua história de luta. Ao exemplo das lutadoras do último século, que foram mortas enquanto lutavam por um mundo melhor, nos levantamos contra o machismo e a violência. A marcha contou com apoio de diversos movimentos sociais, sindicatos e foi construída por vários coletivos da cidade. A cidade de Rio Grande também marcou presença, com uma grande adesão e deixou o convite para construirmos a marcha por lá, em maio, com o compromisso de que construamos uma região livre de opressão.

Com cartazes, megafones e instrumentos de percussão, a Marcha foi ganhando corpo enquanto tomava as ruas da cidade. Na concentração éramos cerca de 250 pessoas. Mulheres lutadoras e livres, que batucavam, cantavam e dançavam contra violência e homens que demonstravam seu apoio caracterizados ou com cartazes. A população que parava suas atividades para admirar essa luta, se encantava com o caráter político e engajado de centenas de jovens. Elô Lopes, uma das coordenadoras da marcha e integrante do Movimento Juntas!, resumiu o sentimento: “Estamos mostrando que o feminismo está vivo e que as mulheres estão na rua. Nós não somos mercadoria. Nossa Luta não é o tamanho do short e sim a conscientização de que absolutamente nada justifica a violência contra mulher”.

Como não poderia deixar de ser, essas lutadoras lembravam também a necessidade de mais atenção as políticas sociais, principalmente as políticas de mulheres. Pois não basta ter uma mulher a frente do nosso país. Já que a presidenta, no ano passado, cortou 50 bilhões do orçamento que seria para áreas essenciais, ao passo, que os bancos e as grandes empresas nunca lucraram tanto em nosso país.

O Juntas! Participou ativamente da construção da Marcha das Vadias em Pelotas, marcando presença através da animação e da politização de seus integrantes. Sabemos que a juventude é protagonista na construção de outro futuro, e esse futuro passa pelo combate ao machismo e a violência contra mulher. Vamos Juntas! Construir um futuro diferente!

*Roberta Borges Mello  Assistente Social e Militante do Juntas! Pelotas-RS.


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