Juntos na luta pela educação em Minas Gerais
As lutas por direitos sociais e por democracia real fizeram com que a juventude e os trabalhadores tomassem novamente as ruas e praças do nosso país. Neste processo de mobilizações, a greve dos professores do Estado de Minas Gerais entra como marco histórico na atuação por melhores recursos para educação.
*Por Lucas Mendes e Pedro Vitorino
Sem dúvida 2011 foi um ano de grandes lutas, greves e mobilizações pelo mundo e pelo Brasil. As lutas por direitos sociais e por democracia real fizeram com que a juventude e os trabalhadores tomassem novamente as ruas e praças do nosso país. Neste processo de mobilizações, a greve dos professores do Estado de Minas Gerais entra como marco histórico na atuação por melhores recursos para educação. A greve que tinha por pautas centrais, a reestruturação do plano de carreira do professor, que hoje encontrasse massacrado por políticas que desregulamentam e desvalorizam a profissão do magistério, a implementação imediata do piso salarial, que visa estabelecer condições mínimas ao salário dos docentes, e a reivindicação de 10% do PIB para educação pública, se estendeu por 112 dias, tornado-se uma das maiores e mais combativas greves deste seguimento na história do Brasil.
A luta destes professores não foi fácil, e em meio a repressão do mandato do tucano Anastásia, se abriu uma guerra física e midiática contra os grevistas. Depois de muita persistência e desgastes a greve culminou em um acordo com o governo do Estado que acatou algumas reivindicações dos docentes. Porém, o que se seguiu foi mais uma prova de que o projeto político do governo de Minas Gerais não tem como escopo central uma educação que seja pública, gratuita e de qualidade. Pelo contrário, o termo de compromisso assinado que suspendia a greve dos trabalhadores da educação, não teve nenhum dos acordos cumpridos, nenhuma das reivindicações foram minimamente atendidas.
Por este motivo, nos dias 14, 15 e 16 de março os professores da rede pública estão puxando mais uma mobilização em torno das pautas que deveriam ter sido atendidas ainda no ano passado. Durante o dia 14 de março os professores da rede pública de Uberlândia se mobilizaram para que fosse cumprido o acordo feito com o governo, a mobilização levou os professores, um grupo de estudantes da Universidade Federal de Uberlândia e representantes do Juntos e de outros grupos organizados até Câmara Municipal para reinvidicar os direitos dos professores. No mesmo dia, o grupo seguiu até uma praça para expor a causa para a população.
O JUNTOS! apóia as lutas pela educação em todo país, e reconhece nestes professores heróis de uma causa que não é só dos trabalhadores deste segmento, mas também dos estudantes e da juventude que vêem na educação a possibilidade de transformação da sociedade brasileira. Sabemos também que esta é uma luta nacional, e que se o governo de Minas tem atuado contra os professores e estudantes, o governo federal da presidente Dilma Rousseff também tem sido implacável no desmantelamento da educação emancipatória, cortando 3,1 bilhões e 1,9 bilhões da educação no ano passado e neste ano respectivamente.
Neste contexto o JUNTOS! vem reforçar a luta pela educação, cerrando fileiras ao lado dos professores e estudantes por um novo projeto educacional para o país, que vá na contra mão da desestruturação atual, que contemple um plano de carreira justo para os profissionais desta área, e que reverta a situação de achatamento do salário da categoria. A importância da valorização dos professores e o reconhecimento dos estudantes enquanto agentes na transformação dos processos sociais é tarefa urgente aos que acreditam que um outro futuro é possível.
*Lucas Mendes faz parte do DCE da UFU e Militante do JUNTOS. Pedro Vitorino é estudante do curso de Sistema de Informação e Militante do JUNTOS.