60 dias sem aulas na Unifesp Guarulhos. Por quê?
Nesta segunda dia 21 aconteceu uma audiência pública na Assembléia Legislativa de São Paulo sobre a greve da UNIFESP Guarulhos. O espaço contou com mais de 200 estudantes não só do campus de Guarulhos, mas também de Diadema, Osasco, Santos, São José dos Campos e São Paulo.
Nesta segunda dia 21 aconteceu uma audiência pública na Assembléia Legislativa de São Paulo sobre a greve da UNIFESP Guarulhos. O espaço contou com mais de 200 estudantes não só do campus de Guarulhos, mas também de Diadema, Osasco, Santos, São José dos Campos e São Paulo. Foi organizada pelo deputado estadual Carlos Giannazi (PSOL), que convidou o MEC e representantes da reitoria para participar da audiência.
O MEC nem sequer respondeu. A reitoria enviou um ofício dizendo que não compareceria porque os problemas da universidade devem ser resolvidos nas suas instâncias internas. Que instâncias? Aquelas hegemonizadas pela reitoria onde estudantes e funcionários quase não tem direito a representação e que inclusive não se dispuseram a negociar efetivamente até agora?
60 dias de paralisação no Pimentas. E por que as/os estudantes estão fora das salas de aula há tanto tempo, sendo ameaçadas/os de perderem o semestre?
Porque estão na defesa intransigente do direito à educação pública de qualidade.
É privilégio uma universidade federal oferecer biblioteca e bandejão em condições adequadas para atender a demanda existente? É muito exigir prédios com salas de aula e laboratórios com equipamentos suficientes?
Há 6 anos o campus de Guarulhos espera a construção de prédios próprios. Enquanto isso, utiliza o prédio do CEU de Guarulhos, o que impede que a população da cidade tenha acesso normalmente ao equipamento público que tem direito. Não há moradia estudantil, o bandejão e a biblioteca estão cada ano mais abarrotados e as salas de aula são insuficientes.
Infelizmente este é o cenário não só da Unifesp, mas de todas as universidades federais pelo Brasil. A precariedade na estrutura, funcionários e professores com salários muito defasados, e terceirizações e parcerias com a iniciativa privada, vem cada vez mais desmontando o ensino superior público.
O ex ministro da Educação, Fernando Haddad, tem utilizado na sua pré campanha à prefeitura de São Paulo o “mérito” pelo plano educacional implantado por ele e pelo governo Lula/Dilma. Em que foi diferente do governo FHC? Houve expansão de vagas? Sim, através do PROUNI – oferecendo isenção de impostos para os grandes empresários da educação cederem suas vagas ociosas; e do REUNI – no crescimento irresponsável de vagas sem estrutura nas federais.
Não é esse o modelo de educação que a sociedade brasileira defende. Há muito tempo o movimento de educação comprovou que é necessário aumentar o investimento na área. É fundamental a destinação de no mínimo 10% do PIB na educação pública. Sem aumento do investimento público na educação pública não há condições objetivas de se melhorar o ensino no Brasil, como tanto prometem no vazio a maioria dos políticos, especialmente em ano eleitoral.
Vamos juntos exigir uma inversão de prioridades!
O Juntos! está imerso nas mobilizações em diversas federais. Entendemos educação enquanto direito, e não privilégio. Seguiremos denunciando a precarização do ensino público, seja pela política privatista clara já conhecida dos governos do PSDB e cia, seja pela precarização disfarçada feita pelo governo do PT.
Todo apoio à greve de mais de 40 universidades e institutos federais pelo Brasil!
Sobre a greve da Unifesp Guarulhos, acesse: http://greveunifesp.wordpress.com/