Uma tarefa à juventude: organizar a solidariedade e parar a agressão em Gaza!
Além da provocação do assassinato seletivo do chefe militar do Hamas, al-Jaabari, estão neste momento mobilizados milhares de reservistas das forças militares do Estado de Israel. Já passam de 80 neste momento os mortos. Número tragicamente atualizado a cada momento.
O novo ativismo se espalha pelo mundo, gerando uma onda de confiança e entusiamos. A grande greve internacional do dia 14 de novembro foi uma expressão desta nova geração. Para além da unidade com os trabalhadores na Espanha, Portugal, Grécia entre outros países, há uma rebelião estudantil em curso na Itália. São centenas de milhares de estudantes técnicos, secundários e universitários que se levantam nas principais cidades. Estes jovens ativistas se somam aos milhares que saíram as ruas de Quebec, aos estudantes do Chile, México e Colômbia, aos jovens das praças árabes. Podemos dizer que são parte da vanguarda dos que lutam por transformações no mundo.
Isso traz uma enorme responsabilidade para esssa geração. Estamos diante de uma das piores agressões bélicas dos últimos anos. Benjamin Netanyahu comanda uma ofensiva assassina, a serviço de coesionar o sentimento patriótico de defesa nacional, para esconder seu fracasso como dirigente político. Além da provocação do assassinato seletivo do chefe militar do Hamas, al-Jaabari, estão neste momento mobilizados milhares de reservistas das forças militares do Estado de Israel. Já passam de 80 neste momento os mortos. Número tragicamente atualizado a cada momento.
Gaza não ficará sozinha
Estamos discutindo um tema que vai para além das polêmicas. O Departamento de Estado estadunidense, sempre “eficaz” já anunciou que é solidário com a ofensica batizada de “Operação Pilar de Defesa”.Estamos na antesala de um massacre. Isso aos olhos de toda a comunidade internacional. Do lado de “cá”, a nutrida coluna do novo ativismo tem em suas mãos poderosas armas. Os “indignados” do mundo, na sua pluralidade de composição e bandeiras não podem resignar-se agora. A batalha da opinião pública é decisiva. A posição de importantes nomes como de Chomski colocam na ordem do dia esta ‘batalha’. Como o próprio afirmou, junto a outros signatários de manifesto recente:
“Preconceito e desonestidade com relação à opressão dos palestinianos não é nada de novo nos média ocidentais e tem sido amplamente documentado. No entanto, Israel continua os seus crimes contra a humanidade com a aquiescência plena e apoio financeiro, militar e moral dos nossos governos, os EUA, o Canadá e a União Europeia. Netanyahu está a ganhar apoio diplomático ocidental para operações adicionais em Gaza, que nos fazem temer que outro Cast Lead esteja no horizonte. Na verdade, os mais acontecimentos são a confirmação de que tal escalada já começou, como a contabilização das mortes de hoje que aumenta.”
Ou seja, faz toda a diferença a mobilização e convencimento no caso da ofensiva contra Gaza e o povo palestino.
Unir os diferentes, dialogar com os indiferentes
O ponto de partida para qualquer campanha é somar as diferentes iniciativas. Várias manifestações foram feitas, nos consulados, embaixadas, no mundo árabe, na Europa, na América Latina, Ásia. É impressionante como a causa palestina tem aliados por todo o planeta. No caso da ofensiva israelense é fundamental deixar de lado diferenças políticas, inclusive as que dizem respeito ao polêmico campo do conflito no oriente médio. São vários os israelenses e judeus que condenam frontalmente os ataques. A discussão dever seguir, claro, com o livre direito de expressão dos que fundamentam suas opiniões. Porém, a urgência do tema requer unidade. Todos os que estão contra o massacre em curso devem levantar sua voz, levantar sua mão, levantar-se, de alguma forma.
Esta não é uma luta apenas de quem é de “esquerda. E mesmo na grande constelação, plural e conflitiva, dos que se clamam de esquerda, é tempo de unir vozes para gestos comuns. Não é hora de exclusividade. Muito importante que governos, instituições, diplomatas, entidades se pronunciem. O gesto do governo boliviano de romper relações institucionais com o governo de Israel é um belo exemplo. Os sindicatos, movimentos, parlamentares, líderes civis e partidos que emitiram notas e propuseram ações comuns e coordenadas também merecem ser citados. Os grupos de ativismo virtual, que com suas ferramentas e métodos, fizeram chamar a atenção para Gaza, apontaram para o mesmo caminho.
O fundamental é convencer também os que acham que esta não é uma pauta tão importante, ou que de pode “deixar para lá”. Muitos colocam num patamar de igualdade a ofensiva israelenses com as atividades de grupos como o Hamas. Isso deve ser esclarecido e faz parte da batalha geral.
São muitos esforços e iniciativas. A pressão deve vir por todos os lados. Essa pressão pode ajudar Gaza a vencer.
Das palavras aos atos, nas redes e nas ruas
Simples gestos podem mudar muita coisa. A quase espontânea campanha que ativistas fizeram, trocando seu nome no facebook por “Guarani- Kaiowá” mostrou o efeito em rede. Um gesto pequeno, que ao ser combinado com iniciativas de protesto em várias cidades, extrapolando o próprio território nacional, conseguiu trazer a pauta da luta indígena, quase sempre esquecida pelos grandes veículos de comunicação.
Estamos diante desse impasse. A participação vai fazer toda a diferença.
Vamos vencer essa batalha. Depende de cada ativista. Organizar atos, manifestações, caminhadas, eventos criativos.
Não deixaremos Gaza sozinha. Esta é uma batalha pela vida. Só nos resta vencer.
*Israel é Sociólogo e dirigente nacional do PSOL.