Marco Feliciano “por um fio”
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Marco Feliciano “por um fio”

Marco (in)Feliciano, Deputado Federal (PSC-SP), insiste em não renunciar ao cargo de presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias. Mas não adianta insistir, o movimento vai continuar: Feliciano não nos representa!

Rodolfo Mohr 20 mar 2013, 20:42

Rodolfo Mohr*

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Após mais uma intensa jornada de mobilizações pela saída de Marco Feliciano da Presidência da Comissão de Direitos Humanos, quase atingimos nosso objetivo. Está em curso uma grande queda de braço entre o movimentos sociais e o líder do obscurantismo no Congresso Federal. Hoje tivemos uma tarde eletrizante, frente a frente, Feliciano e ativistas, na sessão da Comissão de Direitos Humanos (CDH). Feliciano aguentou somente 8 minutos. E teve como “guarda-costas” Jair Bolsonaro, Deputado da extrema-direita tupiniquim.

Acabou o resto de legitimidade que Feliciano imaginava ter. Ele anunciou na revista Veja desta semana. Sua cruzada é derrotar a PL 122, que criminaliza a homofobia. Escolheu a dedo a CDH. Assim como correligionários seus estão disputando as comissões de Direitos Humanos nas Assembleias Legislativas e Câmaras de Vereadores. A pressão que realizamos hoje, desde a criação da Frente Parlamentar dos Direitos Humanos pela manhã, até a sessão da CDH, passando pela mobilização que percorreu os vários prédios da Câmara dos Deputados, levou Feliciano à lona.

Há uma objetiva pressão que parte da Presidência da Câmara para a saída de Feliciano. Henrique Eduardo Alves pediu ao líder do PSC que convença Feliciano a renunciar. Garotinho, também evangélico, recomendou que “não estique a corda até arrebentar”, sugerindo que não devia mesmo ter assumido à Comissão.

O pastor do racismo, do machismo e da homofobia está literalmente por um fio. Alguns jornalistas chegaram a “queimar a largada” do furo de reportagem. Alguns, já sabendo dos bastidores do Congresso, deram como certa a queda de Feliciano. Já há quase um consenso na imprensa brasileira, ainda mais depois do publicado pelo jornal O Globo de hoje. Feliciano disparou: “os direitos das mulheres atingem a família”, complementou dizendo que “reivindicações feministas estimulam o homossexualismo”, segundo repercutiu o jornal. A sociedade brasileira demonstra não suportar alguém desse tipo num posto como esse.

Esse “dia do fico” de Feliciano foi o dia que sentimos um pouco do gosto da vitória. E a manutenção de Feliciano nos exige um pouco de mais de empenho, para nos deliciarmos com a sua derrota.

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Registre-se algo fundamental: no meio de tanta selvageria nesse Congresso Federal, temos Jean Wyllys. Deputado humano, sensível, comprometido, engajado e combativo. “Nos representa” segundo as palavras dos manifestantes. Talvez seja para não dar a vitória a Jean, que Feliciano resista tanto. Jean e muitos de nós que estivemos mobilizados aqui em Brasília, dissemos na cara de Feliciano o que milhões de brasileiros tem dito nas passeatas e nas redes sociais.

Feliciano está quase “nocauteado”, mas não aceita a derrota. É um adversário difícil e perigoso. Ardiloso. Vamos manter a pressão. Nas redes e nas ruas. Hoje tivemos um enorme avanço, acumulamos força, que precisa ser consolidada definitivamente com a queda de Feliciano, nas próximas horas ou próximos dias. A gente não desiste. A gente não se cansa.

Como cantamos nos atos do Fora Feliciano, que contra o machismo, o racismo e a homofobia, a nossa luta é todo dia. Até a vitória!

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*Rodolfo Mohr é Diretor de Movimentos Sociais da UNE pela Oposição de Esquerda e do Juntos! DF


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