Contra o aumento das passagens somos 99% contra 1%
Porto Alegre está tomada por uma onda crescente de indignação. O ano de 2013 começou com mais um aumento das passagens do transporte coletivo. É a velha prática dos governantes da nossa cidade aumentar o valor da tarifa, que sobe em média o dobro da inflação, no período em que estudantes e trabalhadores estão de férias.
Lucas Boni Maróstica
Porto Alegre está tomada por uma onda crescente de indignação. O ano de 2013 começou com mais um aumento das passagens do transporte coletivo. É a velha prática dos governantes da nossa cidade aumentar o valor da tarifa, que sobe em média o dobro da inflação, no período em que estudantes e trabalhadores estão de férias. A farra das empresas do transporte, que são também as financiadoras dos partidos da velha política nas campanhas eleitorais, já dura mais de 20 anos, período que se arrasta sem licitação. Já passou PT, PMDB e agora PDT, nada mudou. Mas também, nada deve parecer impossível de mudar.
Neste ano a resposta do povo à aliança espúria do prefeito Fortunati com as empresas de ônibus veio nas ruas. Desde janeiro o Juntos vem participando do Bloco de Luta pelo Transporte Público, uma composição ampla de diversas organizações, partidos, movimentos sociais e independentes que vêm se mobilizando para barrar o aumento e abrir a discussão sobre o transporte público que ansiamos para a nossa cidade.
Foram semanas mobilizando escolas, universidades, bairros e fortalecendo a construção com os rodoviários, que também estão em luta, reivindicando um aumento salarial digno, o fim do banco de horas e melhores condições de trabalho. A prefeitura costuma atribuir os aumentos da tarifa as isenções do meio-passe estudantil, o passe livre dos idosos e o salário dos motoristas e cobradores. Com as mobilizações da categoria ficou esclarecido a toda população que os trabalhadores do transporte ganham mal e por vezes chegam a trabalhar 14 horas diárias, com o tempo perdido nos intervalos das rotas.
A noite desta segunda-feira entrou para a história de Porto Alegre, e alguns elementos foram determinantes para que isso acontecesse. A repressão policial em algumas das manifestações, ferindo estudantes universitários e secundaristas, a intransigência na abertura de diálogo por parte da prefeitura, a aprovação do aumento injustificável para R$ 3,05 – depois de investigações do Ministério Público que deixaram claro que a tarifa deveria custar R$ 2,60 – e a criminalização do movimento por parte da Zero Hora e RBS (filiadas a Rede Globo) foram os combustíveis que colocaram mais de 10 mil pessoas nas ruas ontem em Porto Alegre.
“Pra trabalhar, pra estudar, mais um aumento eu não vou pagar”, “Fortunati, ladrão, mais um aumento não”, “TRI caro, TRI demorado, e ainda por cima é TRI lotado”, foram algumas das palavras de ordem entoadas pelos manifestantes em uma marcha que paralisou a cidade.
Este 1º de abril, que já foi de golpe militar, foi marcado pela luta e pela indignação em Porto Alegre, já sinalizando o próximo passo do movimento: QUINTA-FEIRA vai ser maior!
Está cada vez mais claro que os 99%, os trabalhadores, estudantes, rodoviários estão Juntos mobilizados contra os 1% Fortunati, empresários e mídia. Seguiremos lutando até a revogação deste aumento!
*Lucas Boni Maróstica, estudante de Ciências Sociais UFRGS, e do Juntos Pelo Direito de Amar