A ocupação agora é nas ruas!
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A ocupação agora é nas ruas!

A ocupação da CLDF garantiu que um dos deputados condenados por participação no Mensalão do DEM, Benedito Domingos, do PP, fosse cassado por unanimidade dos votos. No entanto os outros dois deputados também condenados, de partidos da base aliada do governo, foram livrados da cassação. Chega de manobra política!

*Paola Rodrigues, Isabela Nascimento e Ayla Viçosa

“Tomaram a nossa casa.

Agora, tomaremos as ruas.”

Foto: Mídia Ninja

A ocupação da Câmara Legislativa do DF foi uma experiência de construção interessante. Organizada por independentes e coletivos organizados, desde sempre teve como base o diálogo com os diferentes movimentos sociais. O movimento apostou, para tomar a decisão da ocupação, no imediatismo de sua pauta central: quinta-feira (15 de Agosto) era o dia marcado para a votação do arquivamento do processo de cassação contra os três deputados distritais condenados pela participação no “Mensalão do DEM”. A ocupação buscava, portanto, exercer uma pressão sobre a Câmara Legislativa do Distrito Federal para que os processos seguissem para a corregedoria da CLDF, responsável pela fiscalização do exercício público. O escândalo político em que deputados distritais recebiam uma mesada em troca de apoio político ao governador do DF, José Roberto Arruda (na época, filiado ao DEM) , deflagrada em 2009, através da operação da Polícia Federal ( que foi chamada de “Caixa de Pandora”), após as manifestações do “FORA ARRUDA”, saiu rapidamente dos noticiários locais e nacionais. O escândalo precisava voltar às manchetes dos jornais e a votação ser garantida, pois na semana anterior a mesma votação fora adiada pela falta (proposital) de quórum.

A ocupação da CLDF garantiu que a votação ocorresse na quinta-feira e ainda que um dos processos dos 3 deputados envolvidos no escândalo não fosse arquivado – o do deputado Benedito Domingos, do Partido Progressista – por unanimidade na mesa. Benedito já havia sido anteriormente condenado à devolver 28 milhões de reais aos cofres público. A Mesa Diretora, através de uma manobra política, pediu um “destaque” no final da reunião, afirmando que as representações contra eles só seriam encaminhadas à Corregedoria da Câmara Legislativa (responsável pela fiscalização do exercício público) após a condenação, em algum órgão colegiado, do Tribunal de Justiça. Foram 4 votos a favor do destaque (incluíndo o voto do Presidente Wasny de Roure (PT) – que afirmou que iria votar sempre a favor da cassação) e um contra. Gomes e Nemer foram condenados, em primeira instância, por improbidade administrativa, na Justiça.

Foto: Mídia Ninja

Foto: Mídia Ninja

Agora, para que o caso seja julgado pela Corregedoria da CLDF deverá esperar o resultado da Justiça. Perguntamos: quanto tempo você acredita que a Justiça irá levar para julgar esses casos? O advogado da Câmara disse que os casos de improbidade administrativa tem prioridade na hora de serem julgados, mas sabemos que interesses políticos acabam se sobrepondo e interferem diretamente na velocidade das ações da Justiça.

A Câmara Legislativa tem autonomia para investigar os seus representantes! Chega de manobra política! Nós continuaremos na luta!

O nosso próximo passo é estarmos juntos no dia 7 de Setembro, que será um dia nacional de lutas! Fica ligado ao chamado nacional do Juntos!

Amanhã vai ser maior!

 

* Paola é estudante de Jornalismo, Isabela de Gestão de Políticas e Ayla  de Ciências Sociais.


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