Somos todos petroleiros: entrevista com petroleiro em greve
O Juntos entrevistou Marcos Rocha, jovem petroleiro em Mossoró, no Rio Grande do Norte.
O Juntos entrevistou Marcos Rocha, jovem petroleiro em Mossoró, no Rio Grande do Norte.
Juntos: Como anda a adesão da categoria?
Marcos Rocha: O que posso dizer é que a adesão na área onde trabalho foi bastante forte. Quase ninguém trabalhou. A grande maioria das pessoas é contra o Leilão, por entender que a Petrobras deveria ser a única a explorar o campo de Libra, devido ao baixíssimo risco exploratório, pensamos que não faz qualquer sentido leiloar, já que o leilão existe justamente pra reduzir os riscos de exploração. E devido aos volumes de óleo envolvidos, esse campo assume um papel estratégico para o país.
Juntos: E qual a visão sobre o Campo de Libra?
Marcos Rocha: É certeza que encontraremos uma quantia gigante de óleo. O que estamos fazendo basicamente é entregar a preço de banana, já que o bônus pago inicialmente não faz nem cosquinha nos lucros que as empresas estrangeiras vão obter explorando as nossas riquezas. As pessoas entendem isso em sua maioria.
Juntos: O Nordeste está na linha de frente da greve?
Marcos Rocha: Com relação ao Nordeste, onde trabalho, há uma especial indignação devido ao fato de a empresa estar retirando investimentos daqui para o Sudeste. As pessoas estão sendo transferidas daqui sem reposição. O trabalho aqui está cada vez mais terceirizado e sem previsão de reposição. Desalentador. A greve aqui atingiu um número muito alto de pessoas também por causa disso. As últimas medidas de mobilização do pessoal do Nordeste pro Sudeste tem desagradado muito.