Negligência da direção da USP agrava o caos já instalado no campus da EACH
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Negligência da direção da USP agrava o caos já instalado no campus da EACH

Após greve de 2 meses o caos continua instalado na EACH, o campus da USP na Zona Leste de São Paulo. A situação se agrava com infestação por piolhos de pombos, causando coceira em diversas pessoas e contaminação da água.

Joyce Martins 18 dez 2013, 10:05

*Joyce Martins

Esse ano a EACH foi palco de um grande levante no mês de setembro, uma greve em unidade de professores, funcionários e estudantes, expos a total falta de responsabilidade da reitoria da USP, para com o campus. Os problemas que assolam a Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH), vão muito além da questão de infraestrutura, trata-se de um problema de saúde pública negligenciado a anos  por toda direção da USP. each

A motivação inicial para a mobilização na EACH se deu a partir da interdição de parte da área do campus pela Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb), que alegou na época a contaminação do solo com gás metano, altamente inflamável, e o descumprimento por parte da reitoria da USP, de uma série de exigências de despoluição e um rigoroso controle do solo.

Muito antes dessa autuação a comunidade universitária já exigia maior diálogo e um esclarecimento da diretoria do campus sobre a real situação do terreno, além do acúmulo de metano no subsolo,a comunidade também convive com outra ameaça, no ano de 2011, o diretor Jorge Boueri,aterrou o campus com uma doação de mais de 400 caminhões de terra supostamente contaminada com metais pesados, e que até o momento ninguém sabe exatamente a procedência.

Por conta disso, professores, funcionários e estudantes encaparam no mês de setembro uma greve que durou cerca de 2 meses, que forçou a saída do diretor Boueri, exigiu solução para os problemas ambientais e eleições diretas para diretor do campus e reitor da Universidade de São Paulo.

A reitoria da USP, apesar de várias reuniões realizadas a pedido dos representantes da EACH, continuou com sua conduta autoritária, insiste até hoje em manter o vice-diretor Edson Leite a frente do campus da USP Leste, e não reconhece a posse das professoras Maria Cristina Toledo e Neli Aparecida de Mello-Théry como diretora e vice-diretora da unidade, eleitas a partir de uma consulta paritária à comunidade, durante o período da greve.

Vale lembrar que, mesmo com o risco de explosão, o campus passava por obras de expansão no mês de setembro, que tinham como objetivo a instalação da Poli Leste na unidade, e que o Ministério Público Estadual (MPE) entrou com uma ação para interromper as obras e suspender as aulas, porém ambas continuaram.

Somente essa semana (16/12/2013), a reposição das aulas foi suspensa por motivos de força ainda maior, os bebedouros da unidade foram interditados após análise feita pela Companhia de Saneamento Básico de São Paulo (Sabesp) que apontaram contaminação da água, além disso, algumas salas também foram interditadas devido à infestação de piolhos de pombos, que causou coceira em diversas pessoas que utilizaram o espaço.

Em assembleia realizada hoje (17), os funcionários decidiram paralisar suas atividades a partir de amanhã (18), as aulas continuam paralisadas, com previsão de retorno para dia 06/01/2014, e assim o campus da USP Leste segue sendo ignorado pela reitoria e pelo governo do estado de São Paulo, que também possui responsabilidade nesse caso.

A USP Leste foi criada em uma área de preservação ambiental, com um projeto de universidade diferente dos outros campi, instalada em uma região pobre da cidade de São Paulo, tinha como promessa levar a USP e toda a sua “qualidade de ensino”até as pessoas que residem na Zona Leste, porém o percebemos é um completo descaso da reitoria com esse campus, em especial do atual reitor João Grandino Rodas e o governador do estado Geraldo Alckmin, que insistem com a política de “tirar o corpo fora”, não dialogando com a comunidade no sentido de resolver todas essas questões, que tem levado a EACH a uma situação de calamidade.

Por isso os estudantes, professores e funcionários têm todo o direito e propriedade de se organizarem e levantarem em unidade, colocando essa reitoria ausente contra a parede, a USP deve se responsabilizar e tomar providências urgentes para solucionar os problemas da USP Leste.

*Joyce Martins é estudante de Nutrição e militante do Juntos!


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