Na USP, mudanças pra pior
A reitoria da Universidade de São Paulo aprovou recentemente novas diretrizes para os seus cursos de graduação. Como já é de costume, isto se deu sem que a comunidade universitária soubesse do ocorrido. Parte dos professores, membros dos colegiados das principais unidades da USP, soube pela grande mídia.
Novo projeto da reitoria sugere mudanças boas para as empresas, mas ruins para a educação
A reitoria da Universidade de São Paulo aprovou recentemente novas diretrizes para os seus cursos de graduação. Como já é de costume, isto se deu sem que a comunidade universitária soubesse do ocorrido. Parte dos professores, membros dos colegiados das principais unidades da USP, soube pela grande mídia.
A reitoria explicita que suas intenções são: estabelecer regras para a criação de novos cursos e adequar os cursos já existentes à “demanda social”. De maneira geral, afirma que a USP já cumpriu um importante papel na expansão do ensino universitário do país e que é chegado o momento de pisar no freio. Avaliando que a USP pode estar à beira de um colapso financeiro devido aos novos cursos criados recentemente, o reitor João Grandino Rodas propõe como solução a “modernização” da universidade.
Buscando esta tal “modernização”, os dirigentes da universidade pretendem, entre outras coisas, fechar aqueles cursos que têm baixa procura ou, como dito por eles próprios, pouca “demanda social”. O fato é que cursos que atualmente não estão na “moda”, como os estudos de latim, o curso de música ou o de astronomia, por exemplo, poderiam ser fechados por não terem viabilidade de mercado. Se não é a universidade pública a produzir este tipo de conhecimento, qual universidade será? Que instituição privada manteria cursos com pouca procura? Se não for o ensino público a promover este tipo de atividade, livre das preocupações com o lucro das mensalidades, corremos o risco deste tipo de conhecimento deixar de existir no Brasil.
Ao mesmo tempo, a USP tem criado novos cursos que demandam pouquíssimos investimentos, como aqueles ministrados à distância – pela internet – através do sistema UNIVESP, mas que têm qualidade duvidosa. Os novos rumos da USP têm preocupado o movimento estudantil uspiano, assim como o movimento de docentes e funcionários.
Nós últimos anos os movimentos sociais da universidade têm se mobilizado em defesa da qualidade do ensino superior público, pela ampliação de vagas com garantia de qualidade e, logicamente, em defesa de uma universidade voltada aos interesses sociais.
Movimento Estudantil em momento de decisão!
Assim, neste mês de novembro um fato será decisivo: as eleições para o Diretório Central dos Estudantes (DCE) da USP. Nela os estudantes que defendem um movimento estudantil democrático e combativo devem enfrentar uma chapa atrelada ao que há de mais conservador em nossa sociedade, cujos membros têm aderido sem críticas as posições da reitoria. E pior que isso: identificam-se com os piores exemplos da política brasileira, entre eles Maluf e companhia.
Por isso, é preciso que a juventude some forças em prol de um projeto popular de universidade. Sobre isso já dizia Che Guevara “que se pinte de negro, que se pinte de mulato, que se pinte de operário e camponês, que se pinte de povo…”. Seguimos lutando, venceremos!