#ForaRicardoTeixeira: contra a corrupção e o machismo no futebol
“Imagina, o cara tem um filho, aí o filho arranja uma namorada, apresenta a namorada ao sogro e o sogro pergunta a ela: ‘O que você faz, minha filha? ‘ E a mocinha responde: ‘Sou zagueiro do Bangu’. Quer dizer, não pega bem, não é?”. João Saldanha, ex-técnico e comentarista esportivo, não é exclusividade quando o […]
“Imagina, o cara tem um filho, aí o filho arranja uma namorada, apresenta a namorada ao sogro e o sogro pergunta a ela: ‘O que você faz, minha filha? ‘ E a mocinha responde: ‘Sou zagueiro do Bangu’. Quer dizer, não pega bem, não é?”. João Saldanha, ex-técnico e comentarista esportivo, não é exclusividade quando o assunto é futebol feminino. No nosso país, ‘país do futebol’, assim como em muitos outros lugares do mundo, a paixão nacional ainda é muito restrita ao público masculino.
No Brasil o futebol ocupa um espaço sociocultural que vai muito além do que diz respeito ao ambiente esportivo. Desde o berço fica reservado às meninas o espaço doméstico e privado, enquanto os meninos são incentivados a socializarem em espaços públicos o que os leva a praticar mais esportes ou mesmo torcer para este ou aquele time. Quando as mulheres entram em campo e ocupam papel de protagonista da partida, se contrapoem à ordem vigente que às limitava a mães, namoradas e esposas de jogadores.
Mas seguir carreira no esporte não é tarefa fácil, boa parte das jogadoras não consegue fazer do esporte a sua profissão. Enquanto para os homens jogar futebol profissionalmente é plano de carreira, para as mulheres é hobby. Isso acontece por conta do baixo financiamento do futebol feminino, que obriga parte das jogadoras a exercer dupla jornada de trabalho para sustentar os treinos. Mesmo seleções femininas que disputam grandes campeonatos não escapam dessa realidade.
A 6ª Copa do Mundo Feminina da FIFA foi realizada na Alemanha este ano, e pouco foi dito sobre ela. Sob o slogan ‘O melhor lado de 2011’, o torneio foi palco de grandes exibições de futebol arte, mas boa parte dos jornalistas parece ter se atentado apenas para a beleza das jogadoras. Pouco se tratou da técnica e da habilidade das mulheres que atendiam aos padrões de beleza impostos.
Se a situação do futebol masculino não é das melhores, por conta dos interesses envolvidos na negociação de jogadores e da disputa por patrocínio, o futebol feminino está longe dessa realidade já que mal conseguem quem financie os treinos. O presidente da CBF, Ricardo Teixeira, está no cargo há 22 anos e se sente confortável para dizer e fazer o que bem entende do esporte que é paixão nacional. Os escândalos de corrupção na CBF atingem jogadoras/es e torcedoras/es de todos os gêneros e torcidas.
No sábado 13, torcedoras e torcedores ocuparão a Avenida Paulista pedindo a saída do atual presidente da CBF #foraRicardoTeixeira. Vamos às ruas reivindicar um futebol do povo, e que esse povo seja composto por todos os gêneros, orientações sexuais, cores, assim como é o povo brasileiro. O Juntas estará presente nessa luta!
Ato #ForaRicardoTeixeira
MASP (Av. Paulista)
Sábado – 13/08 – 14h