A luta de classes produz aberrações geográficas… Os estudantes chilenos, memoráveis pela “revolução dos pinguins” de 2006, retomaram a luta nacional em defesa da educação pública e gratuita. Inspirados nas mobilizações de massas no sul da Europa e no mundo árabe, contra o mercado financeiro e as ditaduras do petróleo, os estudantes chilenos demonstram seu […]
A luta de classes produz aberrações geográficas… Os estudantes chilenos, memoráveis pela “revolução dos pinguins” de 2006, retomaram a luta nacional em defesa da educação pública e gratuita. Inspirados nas mobilizações de massas no sul da Europa e no mundo árabe, contra o mercado financeiro e as ditaduras do petróleo, os estudantes chilenos demonstram seu potencial de massas, e estão determinados a derrubar ministros.
Joaquín Lavín, Ministro da Educação, é o principal alvo. No dia 30 de junho, mais de 150 mil estudantes secundários e universitários, unidos aos professores, marcharam por 15 km em Santiago reivindicando a gratuidade da educação básica e superior. O Chile é um dos países mais privatizados do mundo. Foi o laboratório do neoliberalismo desde os anos 80. Não existem universidades públicas e as escolas públicas estão sendo transferidas para administradores privados. Há as universidades privadas e as “mistas”, para as quais o governo oferece um subsídio. As universidades mistas são financiadas pelos próprios alunos, que entram em sistemas de financiamento e arcam com taxas de juros de até 7%, além de se endividarem por décadas no futuro. Os estudantes chilenos defendem um modelo de educação sem fins lucrativos. O Ministro Lavín é dono de mais de 4 empresas: 1 universidade privada, 2 imobiliárias que arrendam edifícios para universidades e 1 centro de pesquisas educacionais… O movimento estudantil está forte e dá sinais de que vai até o final de suas exigências, inclusive até a derrubada de Lavín.