Verdades da Copa de 2014: As desapropriações desumanas em Fortaleza
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Verdades da Copa de 2014: As desapropriações desumanas em Fortaleza

A Copa de 2014 não é a Copa do Brasil e sim da FIFA, pois cada vez mais vemos que tudo o que a FIFA impôs ao nosso país está sendo feito ao pé da linha. E em Fortaleza não está sendo diferente. Aqui os mais prejudicados são os moradores das comunidades do trilho…

Cicera Sousa 10 dez 2011, 11:56

A Copa de 2014 não é a Copa do Brasil e sim da FIFA, pois cada vez mais vemos que tudo o que a FIFA impôs ao nosso país está sendo feito ao pé da linha. E em Fortaleza não está sendo diferente. Aqui os mais prejudicados são os moradores das comunidades do trilho, pois para mostrar resultados para a FIFA e o governo federal através de obras na cidade, o Governador Cid Gomes (PSB) está querendo retiras várias famílias de suas casas sem dó nem piedade e sem qualquer diálogo com a população no intuito de construir um Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) nos locais das mesmas, sendo que as condições oferecidas aos moradores os impediriam de morar até no interior, onde o custo de vida é mais barato, dirá na capital do estado onde o custo inflacionado de vida castiga os habitantes fortalezenses.

O que o Governador está realmente preocupado é com a manutenção da lógica capitalista que é o motor que move os empresários da construção civil, principais beneficiados com as obras da Copa de 2014. Concluímos isso facilmente a partir do que tem sido mostrado com o total desrespeito aos direitos humanos, pois desabrigar os moradores que estão morando nessas comunidades a mais de 30 anos é covardia e crueldade com os laços que estas famílias com seu espaço. São famílias que trabalham, tem filhos estudando nos arredores das comunidades e constituem uma vizinhança harmoniosa na sua convivência.

Infelizmente o que podemos observar é a intenção do nosso Governador de esconder a classe pobre de Fortaleza, os enviando cada vez mais longe da visão dos turistas e do mundo, para mostrar apenas obras como resultado para a FIFA e para o governo federal, além de se promover político-eleitoralmente para os cidadãos mais desavisados.

Para piorar a situação de acordo com o que tem sido publicado nos jornais, e já confirmado por moradores que estão lutando pelos seus direitos, é que o local onde o Governador quer colocar essas famílias é extremamente distante do Centro, promovendo uma maior exclusão social dos moradores, além de ser uma área de alagamento no inverno, comprovando o descaso com as populações mais pobres da cidade, longe de escolas, e nem sequer os alicerces das moradias que ele havia prometido como paliativo para as famílias haviam tido inicio de suas edificações.

Por conta disso os idosos das comunidades estão ficando doentes, apenas em pensar que o lugar onde nasceram e criaram seus filhos terá que ser esquecido por causa de um projeto do governo antidemocrático que não respeita os direitos humanos e vai favorecer principalmente a uns poucos privilegiados da casta que o sustenta no poder.

Para piorar o Governado mostra todo seu descaso para com a população, ao marcar audiências onde não aparece pra escutar as demandas da população desrespeitando o diálogo que deve haver entre os gestores e as pessoas que o elegeram. Pois o que está por trás deste nefasto projeto são interesses bem mais obscuros. Na verdade se ele quisesse proteger essas famílias tinha outras maneiras de construir esse VLT em outras áreas sem prejudicar ninguém, porém como a área é muito valorizada ele está usando o projeto para desapropriar as famílias e utilizar a área a seu bel-prazer sem ter que se preocupar com as famílias reinvidicando seus direitos. O que queremos é obras que promovam a igualdade entre as pessoas e não projetos que apenas irão ampliar o processo de exclusão das classes mais pobres, o que queremos é um projeto integrador discutido com a população onde possamos expressar nossas carências e discutir soluções o que queremos é uma Fortaleza q ue não seja “bela” apenas em seus pontos turísticos, mas sim em toda sua extensão e para todos os seus habitantes.


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