Não é a primeira, nem a última vez que a Globo busca desmoralizar movimentos grevistas. Como a grande organizadora das elites, do ponto de vista ideológico e político de seus governos, a Rede Globo sempre atua nos “momentos-limites”.
Nos dias “normais”, quando a luta dos trabalhadores fica restrita a conflitos parciais, eventuais, mantém uma política de baixo perfil.
Porém, quando se desborda por alguma via a insatisfação social latente num país de tantas desigualdades, os editorialistas da Globo não perdem tempo.
Quem não se lembra da criminalização de lideranças como José Rainha, os operários da Mannesman, os moradores do Buraco do Gazuza em Diadema, dos controladores aéreos. E a Globo faz isso diretamente articulada com José Eduardo Cardozo, Ministro da Justiça, ícone do novo petismo. Como gestor eficaz, enérgico, Cardozo faz coro com o Senador Aloysio Nunes, tucano paulista, para quem os movimentos sociais são instrumentalizados por “grupos radicais”, que nada tem a ver com as reinvindicações.
Na semana em que o governo privatizou os aeroportos, também na retórica, petistas e tucanos se igualaram: caça aos “radicais”.
Não se trata de julgar as atitudes de um ou outro líder da greve. Isso é uma manobra diversionista. O que está em questão é uma queda de braços entre as baixas patentes das forças militares brasileiras e um Estado concentrador de riqueza, controlado por banqueiros, construtoras, investidores e ruralistas. Cada um escolhe seu lado.
Nós, cidadãos e cidadãs, movimentos sociais e civis, não aceitamos a criminalização das greves e de seus líderes. Em apoio às reivindicações dos PMs baianos em greve e pela liberdade de Benevenuto Daciolo, bombeiro carioca preso em Bangu I, faremos um domingo sem Globo.
Neste domingo, dia 12/02, é dia de mudar o canal ou desligar a TV. Esperamos todos em Copacabana às 10h para grande passeata em apoio às greves e pela liberdade do bombeiro Daciolo!