A UFSCar Sorocaba parou no dia 15 de março!
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A UFSCar Sorocaba parou no dia 15 de março!

Que Sorocaba vem sofrendo sérios problemas infraestruturais isso ninguém pode negar… que outras manfiestações já foram feitas também… mas é bem interessante analisar o que vem acontecendo desta vez para percebermos o quanto o Movimento Estudantil avançou neste campus.

Rafael Romão SIlva 16 mar 2012, 22:37

*Por Rafael Romão

Que Sorocaba vem sofrendo sérios problemas infraestruturais isso ninguém pode negar… que outras manfiestações já foram feitas também… mas é bem interessante analisar o que vem acontecendo desta vez para percebermos o quanto o Movimento Estudantil avançou neste campus.

Tudo começou com uma reunião de professores, onde eles discutiriam a criação de uma comissão que relataria ao Pró-Reitor Administrativo (que viria para a Formatura) os problemas que Sorocaba enfrenta. Nesta reunião, que não foi divulgada para a comunidade, discentes foram “moralmente” expulsos com a justificativa de que “demanda de discente é diferente de demanda de docente”. Aqui está a chave de todos os acontecimento que vieram depois: o Pró-Reitor não apareceu!

Diante do descontentamento do grupo de docentes (que não representavam todos de Sorocaba, na medida em que uma parte considerável deles se recusou a participar deste processo), o Reitor anunciou que faria uma reunião com eles, já que estaria no campus, mais ao anoitecer, em uma reunião com a Pós-graduação. Diante deste fato, os docentes prepararam bilhetes que foram distribuídos por todo o campus, incitando colegas a incitarem alunos a pressionarem o Reitor. Foi exatamente isto o que aconteceu: no dia 08/03 um grupo de cerca de 100 alunos cercou o carro do Reitor, onde se leu uma carta com as principais demandas dos discentes. Ali, o Reitor se comprometeu em voltar no dia 15/03 a Sorocaba para ter uma série de reuniões com as diferentes classes do campus.

Entre o dia 8 e o dia 15 o Diretório Acadêmico UFSCar Sorocaba se esforçou para mobilizar os discentes, discutindo-se inclusive sobre como alguns professores usaram os discentes como massa de manobra no dia 8/03. Uma programação foi criada: fizemos 4 reuniões para discutirmos a conjuntura, vários mutirões de divulgação desta conjuntura e um debate sobre mercantilização da educação. No dia 14/03, ainda, os cursos do noturno, Pedagogia e Geografia, paralisaram, recebendo apoio de parte da Administração, Química, Física, Matemática, Biologia e outros cursos do turno integral. Nesta paralisação, que contou com cerca de 300 pessoas, foi-se discutido uma estratégia de mobilização para o dia seguinte, além da confecção de inúmeros cartazes com as demandas discentes.

No dia 15/03 todos os cursos paralisaram de manhã, graças ao fato de o Reitor ter realizado uma reunião com o corpo docente. No período da tarde, nem todos fizeram a mesma coisa, tendo alguns professores NÃO DISPENSADO os discentes. Porém, às 16h, o Maracatu e a Bateria da UFSCar entraram pelo prédio de aulas teóricas e forçaram uma paralisação, fazendo um arrastão pelo campus para levar os discentes até o auditório. O que aconteceu aí foi algo que há muito não vimos: cerca de 600 alunos apresentaram por 3h30 suas demandas ao Reitor, Vice-Reitor, Diretor do Campus, Vice-Diretor do REUNI e alguns Pró-Reitores. Além de todas as demandas infraestruturais (quedas de energia, falta de água, falta de professores, falta de bibliografia básica etc), questionou-se a transparência dos processos administrativos e de planejamento da Universidade, propondo-se que as entidades estudantis estejam diretamente envolvidas nestes através de comissões mistas. Ainda, o D.A. exigiu que discentes estejam efetivamente representados na reformulação do Plano de Desenvolvimento Institucional, principalmente no que tange os aspectos organziacionais, para que se elabore soluções para a falta de comunicação que acontece entre São Carlos, Sorocaba e Araras e entre Administração, Docentes, Discentes e TAs.

Também foram criadas as seguintes comissões: que discutirão na próxima semana, junto ao Reitor e Pró-reitores: viagens técnicas, assistência estudantil, comunicação e aspectos organizacionais.

Ainda, os cursos que apresentaram demandas específicas (como no caso da Economia e seu problema de falta de autonomia de formação na graduação), terão reuniões marcadas com os pró-reitores, coordenadores de curso e chefes de departamento para a busca por resoluções destas questões.

Cabe ressaltar que o Reitor voltará na próxima semana, desta vez durante a noite, para que se continue o debate sobre os problemas do campus e apresentação de alguns encaminhamentos. Ainda, o Reitor se comprometeu em trazer o Ministro da Educação, Aloízio Mercadante, para que o movimento estudantil de Sorocaba o pressione pessoalmente sobre alguns pontos que o competem.

E é isso o que vem acontecendo! Movimento Estudantil ressurgindo de uma forma linda, além de mostrar para outros reitores de universidades (né Rodas?) que a universidade pública É democrática e que os discentes SÃO maioria e, portanto, devem ser respeitados, ouvidos e atendidos em suas demandas.

 

*Rafael Romão é estudante de Ciências Econômicas na UFSCar Soracaba


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