Da greve docente à estudantil: Juntos pela educação!
A greve nos mostra que a situação não é mais sustentável e a adesão dos alunos com tamanha mobilização evidencia que o problema não é somente de ordem econômica. Muito mais do que salários dignos, o corpo que nos forma precisa ser respeitado e reestruturado.
* Júlia Sprioli
A greve docente foi o estopim para a mobilização estudantil na UFU e em muitos lugares do país. Na UFU eclodem movimentos de reivindicações. Na quarta passada, dia 16 de maio, uma assembleia discente foi realizada, onde a opinião foi clara: Queremos greve! Desde então, grandes assembleias acontecem dentro dos cursos com a intenção de deflagrar, de fato, uma paralisação unanime. Os motivos são vários: as salas encontram-se lotadas, falta assistência estudantil, a estrutura física é precária, os professores se deparam com cargas horárias massacrantes e alunos despreparados, vindos de um sistema de ensino médio falho e caótico. A educação pública brasileira esta precarizada. E se hoje a minha universidade está em greve é porque o governo federal não investe em educação como devia.
A greve nos mostra que a situação não é mais sustentável e a adesão dos alunos com tamanha mobilização evidencia que o problema não é somente de ordem econômica. Muito mais do que salários dignos, o corpo que nos forma precisa ser respeitado e reestruturado.
Enquanto esmolas de 4% lhes são oferecidas, com o intuito claro de varrer a poeira para debaixo do tapete, o apoio estudantil é de suma importância, pois é através dele que nossos mestres têm o suporte para sustentar uma luta que visa, acima de tudo, o respeito à educação, com um maior financiamento, queremos 10% do PIB para a educação pública.
É fato que, há ainda alguns núcleos que não estão paralisados, mas isso não os torna imunes ao problema, ao contrário, a situação é discutida cada vez mais e a movimentação, seja como for, está nas ruas da universidade. Dessa forma, acima de qualquer desavença, é preciso perceber que o problema da educação nos atinge e precisa de soluções. É preciso aproveitar este momento para agir, tirar das gavetas as reclamações, reivindicações guardadas por tanto tempo, que agora possuem voz e força. É preciso pensar grande, e, antes de tudo, pensar coletivo! E que todos nos ouçam: “We DON’T need NO education”. Que o Chile não esteja sozinho! Que os indignados do mundo vejam em nós estudantes brasileiros irmãos da luta por uma educação melhor. Que os estudantes do Brasil mostrem que hoje a aula é nas ruas, e lá nos educamos Juntos!
* Júlia Sprioli, estudante de Arquitetura e Militante do Juntos!