*Rodrigo Queiroz
Desde ao primeiro encontro nacional do Juntos ocorrido a pouco mais de um ano em Goiânia, o grupo que se organiza em Belém vinha cogitando a fundação do setorial LGBT, porém, o ponta-pé inicial foi dado apenas após a realização do I Encontro municipal ocorrido no ultimo dia 15 de agosto onde alguns jovens assumiram o compromisso de pôr o setorial a diante e já na primeira reunião, foram apontadas as estratégias para o próximo período.
Mas por que motivo criar um grupo para discutir as questões LGBT’s? Os movimentos de juventude organizados já não deveriam ter este compromisso?
Hoje, temas como diversidade sexual, direitos homoafetivos, criminalização da homofobia estão em discussão na mídia e na população, criando diversas opiniões prós e contras. É preciso estar atento a cada tema novo para não correr o risco de entrar no debate apenas com o já conhecido discurso do senso comum. Para isto é necessário que pessoas assumam este compromisso de se dedicar sobre o estudo da pauta e ganhar cada vez mais colaboradores para ela.
Muitos são os grupos que já vem acumulando sobre o tema, porém, ainda avaliamos que muitos já cometeram o grave erro de tratar os LGBTs de forma igual, esquecendo, ou fazendo um debate mais superficial sobre o que acreditamos ser central num setorial: o recorte de classes. Não podemos discutir lesbofobia, homofobia, transfobia como se elas se manifestassem da mesma maneira para atores diferentes: a mulher lésbica de classe média e heteronormatiza sofre preconceito de forma diferente da mulher pobre “masculinizada”, da mesma forma o gay ou o travesti que tem condições financeiras para tornar seu corpo mais feminino ao outro que vive na periferia e não tem/teve esta oportunidade.
Tenho uma identidade, sou gay, sou lésbica, sou travesti, sou cidadão, não quero privilégios, quero apenas os direitos que ainda são negados simplesmente por conta da(s) pessoa(s) que amo, de quem quero que esteja ao meu lado, quero construir um lar, uma família, ser respeitado(a) por isso. Não quero interferir na sua vida, isso quer dizer que também não tens o direito de se intrometer na minha.
A luta por direitos iguais já começou, quero dar continuidade a ela, e você? Vamos juntos?
*Membro do DCE-UFPA, estudante de ciências sociais,militante do Juntos