Vereadores da base aliada à prefeitura aumentam seus salários e rejeitam audiência pública para a saúde!
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Vereadores da base aliada à prefeitura aumentam seus salários e rejeitam audiência pública para a saúde!

Em 2012, como praxe, vereadores de diversas capitais brasileiras tiveram seus salários aumentados, em Belém PA não foi diferente. Saibam que, antes do aumento ser aprovado na câmara municipal, cada vereador recebia o salário de R$ 9.831,83 somados a 800.000 minutos disponíveis em uma linha de telefone celular, com custo de R$ 0,21 por minuto.

Anderson Castro e Diego Silva 17 fev 2013, 17:41

Anderson Castro* e Diego Silva**

Em 2012, como praxe, vereadores de diversas capitais brasileiras tiveram seus salários aumentados, em Belém PA não foi diferente. Saibam que, antes do aumento ser aprovado na câmara municipal, cada vereador recebia o salário de R$ 9.831,83 somados a 800.000 minutos disponíveis em uma linha de telefone celular, com custo de R$ 0,21 por minuto. Na época o prefeito era Duciomar Costa (PTB) que apoiou Zenaldo Coutinho (PSDB) no segundo turno das eleições municipais em 2012.

Para além, cada gabinete têm direito a: a) R$ 15.000,00 para salários da assessoria, b) R$ 350,00 para pagamento de telefone fixo e c) R$ 13.000,00 em auxílio alimentação (suspensos até o final de fevereiro após denúncias da bancada psolista que alega ilegalidade no recebimento dos tíquetes). Com aumento de 52%, aprovado em plenário pelos próprios vereadores ano passado, o montante relativo ao salário dos mesmos foi para cerca de R$ 14.000,00. Valor que passou a vigorar desde o início desse ano, 2013 [1].

Aumento do preço da cesta básica, prejuízo no bolso do trabalhador!

Segundo matéria do jornal O Liberal de 07/ 02/ 2013, baseado em pesquisa feita pelo DIEESE-PA:

“A cesta básica paraense fechou janeiro com aumento de 3,29% em relação ao mês anterior, quando já tinha acumulado 12% de reajustes de janeiro a dezembro de 2012, chegando a custar R$ 280,51. O acumulado dos últimos 12 meses aponta um aumento de 12,76%. Com os acréscimos, os 12 itens que compõem a cesta estão consumindo 45% do salário mínimo em vigor (…) Para uma família de quatro pessoas (dois adultos e duas crianças) o custo total da alimentação seria de, pelo menos, R$ 841, o equivalente a 1,24 salário mínimos.” [2]

Como se não bastasse a farra salarial já em vigor na câmara municipal, o povo sente no bolso o aumento sistemático no valor da cesta básica. Como podemos perceber, feijão, arroz, farinha, carne bovina, tomate, leite e os outros seis itens, da referida cesta básica, ficam cada vez mais escassos na mesa do trabalhador que tem que gastar o seu salário com alimentação, transporte e vestimenta.

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O salário do caos e o caos nas áreas sociais?

Pois bem leitores (militantes e simpatizantes) do Juntos!, devemos lembrar que houve aumento em 2013 no valor referente ao salário mínimo, que foi de R$ 622,00 para R$ 678,00, mas como dito acima esse aumento é insuficiente. Enquanto o salário dos vereadores teve um reajuste de 52%, o aumento do salário mínimo foi de apenas 9%. Salário de caos que não garante atender as necessidades básicas de quem depende dele.

 

O salário é de caos e o caos se intensifica nas áreas sociais, entre elas saneamento, educação e saúde, onde os profissionais e demais funcionários são mal remunerados e o investimento do poder público é pouco e reflete na falta de saneamento adequado na periferia da cidade se agrava nesse período de chuva, com a alta da maré e a não limpeza dos canais, acarretando os constantes alagamentos.

Ano passado, professores da rede estadual entraram em greve reivindicando melhores salários e condições de trabalho e os

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estudantes secundaristas foram às ruas reivindicando a manutenção do regime de convênio para o terceiro ano como forma de garantir o pouco que se tem em melhorias para formação e preparo para o vestibular.

 

Já a saúde nem se fala, pois nos faltam profissionais e leitos para a demanda populacional, e faltam, pelo pouco investimento e pelo desvio orçamentário,

estrutura e equipamentos para a realização de procedimentos. E a pergunta que não quer calar, por que a base aliada da prefeitura do PSDB rejeitou a proposta de audiência pública feita pela bancada do PSOL para averiguar rombos na saúde municipal? O que será que eles temem? Meu amigo, pelo posicionamento ou eles tem culpa no cartório ou tem correligionários de seus partidos e coligação eleitoral envolvidos em salafragem, “mamando nas tetas” e nadando no dinheiro do povo.

Em conjunto com a juventude e o povo vamos botar a boca no trombone e exigir dignidade para o povo trabalhador e o fim dos privilégios dos governantes. Dia 21 de abril vamos tomar as ruas de Belém em mais um ato contra a corrupção, mas não podemos nos limitar a uma data, nossa vigília tem que ser constante.

Devemos reagir, não devemos nos calar, pois como já dizia Brecht, nada deve parecer natural, nada é impossível de mudar. Estamos juntos com o povo e contra o aumento do salário abusivo dos vereadores e contra a corrupção!

Fontes de pesquisa:

[1] http://quimerapolitica.blogspot.com.br/2012/07/custo-dos-vereadores-em-belem-do-para.html

[2] http://www.orm.com.br/oliberal/interna/default.asp?modulo=250&codigo=629926

*Anderson Castro faz parte do GTN Juntos , da juventude e Diretório Municipal do PSOL
** Diego Silva é diretor do DCE, CANUT UFPA, membro do Juntos e da juventude do PSOL


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