Movimentos sociais lotam a ALESP na Audiência Pública contra o PIMESP
Centenas de estudantes, sindicalistas, ativistas do movimento social e entidades lotaram o plenário da Assembleia Legislativa de São Paulo. Tratava-se da audiência pública com os reitores das universidades estaduais paulistas sobre o PIMESP, convocada pela Comisssão de Educação da ALESP.
Centenas de estudantes, sindicalistas, ativistas do movimento social e entidades lotaram o plenário da Assembleia Legislativa de São Paulo. Tratava-se da audiência pública com os reitores das universidades estaduais paulistas sobre o PIMESP, convocada pela Comisssão de Educação da ALESP.
Os quase 800 estudantes da USP, UNESP e UNICAMP protestaram contra o projeto do governo estadual de “inclusão com mérito”, que se maqueia como programa de cotas, mas que na verdade instituirá uma verdadeira segregação racista e antidemocrática nas universidades, caso seja aprovado. O PIMESP prevê a realização de um curso preparatório semi-presencial de dois anos para os alunos egressos de escola pública, que só após esse período poderiam ingressar em algum curso convencional de graduação caso atinjam 70% de aprovação nas disciplinas de caráter “profissionalizante”. Na prática, esse projeto cria duas castas de estudantes, numa lógica educacional completamente perversa e elitista.
O PIMESP, no entanto, não é repudiado apenas por seu conteúdo. A forma como foi apresentado pelo governo estadual, sem nenhuma consulta aos movimentos que lutam por cotas e aos estudiosos das questões raciais e do ensino público, é motivo de grande indignação e revolta. Em menos de um semestre, os Conselhos Universitários das estaduais paulistas têm que se posicionar sobre o projeto, cabendo a uma casta burocrática a decisão de algo que deveria ser pensado e voltado a uma demanda histórica de democratização do acesso à Universidade. O fato de dois dos três reitores convidados, dentre eles João Grandino Rodas, da USP, terem fugido do debate com os estudantes e o movimento social, é mais uma demonstração da falta de disposição para o diálogo e da mais completa aversão à construção democrática de um projeto de educação pública.
Na USP, o PIMESP representa mais um elemento de autoritarismo por parte da reitoria. A universidade que quer instituir um programa de cotas antidemocrático e racista é a mesma que trata estudantes como bandidos e o movimento estudantil como quadrilha. Isso não pode ficar assim! O Juntos!, que faz parte da gestão do DCE da USP, é entusiasta de que o ano de 2013 seja marcado por uma grande mobilização por democracia na universidade.
O movimento estudantil, o movimento negro, sindicatos e Cursinhos Populares – como a Rede Emancipa, que na Audiência Pública deu um exemplo de luta e coragem, reafirmando seu protagonismo na luta por acesso à Universidade – não irá se adaptar ao autoritarismo e à falta de democracia. A manifestação no Palácio foi apenas o começo de uma luta que carrega consigo uma tarefa histórica da juventude. Por um programa real de acesso nas Estaduais Paulistas. Contra o projeto elitista e racista do Governo e das reitorias, dizemos: Cotas sim! PIMESP não!