Por uma universidade livre das amarras da opressão
A naturalização por meio da piada da inferioridade do negro, da mulher, bem como a exaltação ao fascismo, só reforçam dificuldades nossa tarefa de combate as opressões e construção de uma sociedade livre.
Por Juntos MG
O ocorrido no dia 15 de março no trote da Faculdade de Direito da UFMG tem sido uma pratica constante nas Universidades. Com destaque para as renomadas UNB e USP. A reprodução opressora de trotes machistas, homofóbicos, racistas e agora até nazistas, está na contramão do que o espaço da Universidade deveria ser.
Não podemos fechar os olhos para essa demonstração do que um trote não deve ser. A alusão a Hitler é sádica e quando se trata de estudantes de Direito de uma das mais tradicionais escolas do Brasil, ela se torna doentia. Além disso, Chica da Silva foi uma mulher lutadora, expoente e símbolo libertário do período colonial. Sua história não foi escolhida aleatoriamente. A mensagem de ódio a liberdade do diferente é explicíta
A população negra há muitos anos vem sendo vítima do racismo e de suas conseqüências, em especial a juventude. O racismo é uma ferramenta muito útil ao modelo de sociedade que vivemos e a forma com que ele se dá no Brasil se mostra extremamente eficaz, uma vez que este se apresenta de maneira sutil, institucionalizada, tornando o seu combate uma tarefa árdua.
A naturalização por meio da piada da inferioridade do negro, da mulher, bem como a exaltação ao fascismo, só reforçam dificuldades nossa tarefa de combate as opressões e construção de uma sociedade livre.
Em tempos de implementação da políticas de cotas sociais e raciais, de Marcha das Vadias, de 8 de março e de revoluções democráticas no mundo árabe, é inadimissivel a perpetuação de posturas como a das fotos. É necessário que os organizadores desses eventos sejam responsabilizados. A Universidade não deve ser conivente com o racismo e a violência.
Seguiremos na luta para garantir que a Universidade e a sociedade sejam cada dia mais espaços emancipadores e livres das amarras do racismo e do machismo.