E se no outono estivermos vivendo a primavera em Porto Alegre?
O fato é que devemos comemorar. Não só a revogação. Devemos comemorar o poder das ruas. A mudança de cultura. Como disse o jornalista gaúcho Juremir Machado: “E se no outono estivermos vivendo a primavera em Porto Alegre?”
Gabi Tolotti
6 abr 2013, 19:45
*Por Gabriele Tolotti
Porto Alegre mudou. E não foram apenas os adesivos improvisados nas portas do ônibus indicando a revogação do aumento da passagem. A cidade está diferente. O povo experimentou a sua força.
Desde janeiro o Bloco de Luta pelo Transporte Público, grupo do qual o Juntos! faz parte, vem realizando atos contra o aumento da passagem, pela manutenção dos direitos e por melhorias no transporte público. Os atos começaram com 150 pessoas, foram para 300, 1000 até que na quarta-feira, dia 27, mais de 3mil pessoas protestaram em frente à prefeitura. Alguns vidros foram quebrados e uma das coordenadoras do DCE da UFRGS Luany Xavier foi presa. A mobilização teve sua primeira grande vitória. Todos ficaram em frente ao Palácio da Polícia até que Luany fosse liberada. A prefeitura e a maior parte da imprensa tentaram criminalizar o movimento. Não conseguiram.
A resposta veio com força. Na segunda-feira, dia 2 de abril, 10 mil pessoas tomaram as ruas de Porto Alegre. A maior manifestação dos últimos tempos passou em marcha pelos terminais de ônibus e recebeu apoio de trabalhadores, rodoviários, idosos. A correlação de força já se demonstrava alterada. Mas ainda não era o suficiente.
Um novo ato foi marcado para quinta-feira, dia 4. Chovia torrencialmente em Porto Alegre. Numa demonstração de força impressionante, milhares de pessoas mais uma vez se apresentaram em frente à Prefeitura. O grito “Pode chover. Pode molhar. Mais um aumento eu não vou pagar” ecoou pela cidade. Um pouco antes da hora marcada para saída da marcha, um jogral avisava que o aumento da passagem havia sido revogado. A liminar exigindo a revogação do aumento elaborada pelos vereadores Pedro Ruas e Fernanda Melchionna, da bancada do PSOL, havia sido deferida. A comemoração foi geral. Outra grande vitória. A marcha seguiu. Todos lembravam que era uma decisão temporária.
Logo à noite a prefeitura anunciou que não recorreria. Iria cumprir imediatamente a ordem da justiça. Não fizeram isso porque entenderam que o aumento da passagem era abusivo. Foram forçados a fazer. Foi a vitória de um movimento que se deu em todas as esferas. A combinação da pressão popular de milhares de pessoas nas ruas com a ação ousada da bancada do PSOL. Sem pressão não haveria esta vitória.
Desde janeiro o Bloco de Luta pelo Transporte Público, grupo do qual o Juntos! faz parte, vem realizando atos contra o aumento da passagem, pela manutenção dos direitos e por melhorias no transporte público. Os atos começaram com 150 pessoas, foram para 300, 1000 até que na quarta-feira, dia 27, mais de 3mil pessoas protestaram em frente à prefeitura. Alguns vidros foram quebrados e uma das coordenadoras do DCE da UFRGS Luany Xavier foi presa. A mobilização teve sua primeira grande vitória. Todos ficaram em frente ao Palácio da Polícia até que Luany fosse liberada. A prefeitura e a maior parte da imprensa tentaram criminalizar o movimento. Não conseguiram.
A resposta veio com força. Na segunda-feira, dia 2 de abril, 10 mil pessoas tomaram as ruas de Porto Alegre. A maior manifestação dos últimos tempos passou em marcha pelos terminais de ônibus e recebeu apoio de trabalhadores, rodoviários, idosos. A correlação de força já se demonstrava alterada. Mas ainda não era o suficiente.
Um novo ato foi marcado para quinta-feira, dia 4. Chovia torrencialmente em Porto Alegre. Numa demonstração de força impressionante, milhares de pessoas mais uma vez se apresentaram em frente à Prefeitura. O grito “Pode chover. Pode molhar. Mais um aumento eu não vou pagar” ecoou pela cidade. Um pouco antes da hora marcada para saída da marcha, um jogral avisava que o aumento da passagem havia sido revogado. A liminar exigindo a revogação do aumento elaborada pelos vereadores Pedro Ruas e Fernanda Melchionna, da bancada do PSOL, havia sido deferida. A comemoração foi geral. Outra grande vitória. A marcha seguiu. Todos lembravam que era uma decisão temporária.
Logo à noite a prefeitura anunciou que não recorreria. Iria cumprir imediatamente a ordem da justiça. Não fizeram isso porque entenderam que o aumento da passagem era abusivo. Foram forçados a fazer. Foi a vitória de um movimento que se deu em todas as esferas. A combinação da pressão popular de milhares de pessoas nas ruas com a ação ousada da bancada do PSOL. Sem pressão não haveria esta vitória.
Está marcada para domingo, dia 6, uma assembleia geral do Bloco de Luta para decidir os próximos passos do movimento. Ainda tem muita coisa na pauta. Os auditores do TCE dizem que a passagem deveria custar R$2,60. Temos que garanti
r a manutenção do meio-passe estudantil e a isenção para os idosos. O movimento vai decidir em conjunto suas próximas ações.
O fato é que devemos comemorar. Não só a revogação. Devemos comemorar o poder das ruas. A mudança de cultura. Ontem, ao meu lado no almoço uma turma comentava sobre a redução da tarifa. Um disse em alto e bom som: “viu como adianta ir para as ruas e fazer protesto”. Todos concordaram. Como disse o jornalista gaúcho Juremir Machado: “E se no outono estivermos vivendo a primavera em Porto Alegre?”
O fato é que devemos comemorar. Não só a revogação. Devemos comemorar o poder das ruas. A mudança de cultura. Ontem, ao meu lado no almoço uma turma comentava sobre a redução da tarifa. Um disse em alto e bom som: “viu como adianta ir para as ruas e fazer protesto”. Todos concordaram. Como disse o jornalista gaúcho Juremir Machado: “E se no outono estivermos vivendo a primavera em Porto Alegre?”
*Gabrielle Tolotti, jornalista e militante do Juntos! RS