Enterramos a “cura gay”. Queremos a cabeça de Feliciano!
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Enterramos a “cura gay”. Queremos a cabeça de Feliciano!

Várias cidades do país pintaram a quarta-feira com as cores da diversidade, num clamor contra intolerância. Campinas, Floripa, Porto Alegre, Curitiba, São Paulo, Sorocaba, Uberlândia, Belo Horizonte, Palmas, Recife, entre outras dezenas.

Rodolfo Mohr 26 jun 2013, 23:24

* Rodolfo Mohr

rodolfo Hoje estive numa reunião com o Presidente da Câmara dos Deputados Henrique Eduardo Alves. Acompanhado de representantes da Cia Revolucionária Triângulo Rosa, Movimento Honestinas e Anel entregamos uma carta em defesa dos Direitos Humanos, em que exigimos a derrota do projeto da “cura gay” e a saída de Marco Feliciano da Comissão de Direitos Humanos. Esse documento também foi assinado pelo Domínio Público, Rompendo Amarras e Coletivo Nacional Levante.

Várias cidades do país pintaram a quarta-feira com as cores da diversidade, num clamor contra intolerância. Campinas, Floripa, Porto Alegre, Curitiba, São Paulo, Sorocaba, Uberlândia, Belo Horizonte, Palmas, Recife, entre outras dezenas.

Fizemos parte de uma comitiva com cerca de 25 manifestantes, de diversos movimentos, que levaram várias demandas ao Congresso. O grupo era bem heterogêneo, apesar de muita afinidade em algumas pautas.

Abri a reunião em nome dos manifestantes pontuando que éramos uma parte dos manifestantes, que haviam tomado a iniciativa de levar ao Congresso demandas legítimas das ruas, porém que a voz das ruas podia ecoa com vigor e determinação, com pautas concretas e contundentes. Expressei, antes das pautas, que seja levada os Três Poderes o tema da violência policial, citando as agressões a manifestantes, mas exigindo uma posição do legislativo quanto ao massacre que segue sendo promovido nas periferias brasileiras. O exemplo das mortes na Maré no Rio foram expressivos.

Expusemos nossa carta de reivindicações. E ouvimos atentamente os compromissos firmados por Henrique Alves. O Presidente da Câmara foi muito direto. Até o recesso parlamentar de julho colocará em votação o projeto que transforma corrupção em crime hediondo; que será encaminhado na Câmara a votação dos 10% da renda bruta do país para a saúde; que a Câmara apoiará o projeto do Senado que institui nacionalmente o passe livre para estudantes; que o Estatuto do Nascituro só irá ao plenário após escutar a opinião do movimento de mulheres. O projeto que visa tratar manifestações públicas como terrorismo durante a Copa do Mundo foi duramente criticado por Alves. Abordou ainda que, provavelmente, em agosto inicie a campanha das diferentes posições a serem votadas na Reforma Política através de Plebiscito Popular, sendo a votação em setembro, permitindo assim que o Congresso implemente as modificações um ano antes do pleito de 2014. Disse que entre outras questões os temas financiamento de campanha, voto facultativa e voto em lista estarão no plebiscito.

O tema Marco Feliciano merece um capítulo à parte. O Presidente da Câmara definiu de “discriminatório” o projeto da “cura gay”. Comprometeu-se a pedir aos líderes partidários urgência no tema, que siga ao plenário da Câmara e seja “enterrado” já na quarta-feira, 3 de julho. Disse ainda que fez “todo possível” para que Feliciano renunciasse à Comissão. Os movimentos engajados nessa pauta farão denúncia formal à Comissão de Ética da Câmara, pelos sucessivos discursos discriminatórios e ataques aos LGBTs, mulheres e negros.

Essa reunião, as medidas aprovadas no Congresso (derrota da PEC 37, verbas dos royalties para saúde e educação e voto aberto na cassação de parlamentares na Câmara, corrupção como crime hediondo e passe livre estudantil no Senado) são a demonstração cabal de que o poder está nas ruas e na força de mobilização do povo.

Ao contrário dos movimentos mais governistas ou oportunistas, a força das ruas nos levou ao Congresso por breve instantes. Arrancamos compromissos que só serão cumpridos se seguirmos nossas passeatas e manifestações. Os LGBTs estão pertos de derrotar mais um retrocesso de Feliciano, a “cura gay”. Nesse xadrez contra o fundamentalismo, derrubar essa torre nos aproxima do cheque-mate. Vamos com força, vontade e determinação. As mesmas demonstradas em várias cidades brasileiras que hoje novamente gritaram bem alto Fora, Feliciano!

Vamos empurrar Feliciano!

* Rodolfo Mohr é militante do Juntos DF


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