Construir a greve geral do dia 11 de julho
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Construir a greve geral do dia 11 de julho

Estaremos atuando na base das categorias, levando solidariedade e discutindo com os ativistas. A nova camada de lutadoras e lutadores não quer repetir as velhas formas de militância – Showmício, discursos em trios elétricos, e debates afastados da base.

*Por GTN Juntos

A juventude brasileira, entre estudantes, jovens da periferia, trabalhadores, abriu o caminho para uma série de demandas. E de conquistas.  O Brasil mudou depois das já célebres “jornadas de junho”. Enfrentando a polícia, os patrões das empresas de ônibus, os governantes e a mídia, o povo brasileiro quebrou a  falsa “estabilidade” do modelo econômico. 

Não somos os mesmos, o Brasil é outro. O novo país que emergiu das ruas tem sua população mais desconfiada com os políticos tradicionais, com os partidos da ordem, e muito mais confiante nas suas próprias forças. Depois de impor uma série de conquistas – que vão desde a diminuição da tarifa, passe-livre em várias cidades, derrubada de uma série de projetos conservadores como o da Cura Gay e o da PEC 37, chegando à luta contra a carestia e o alto custo de vida – expressão vista na rebelião contra os pedágios na cidade de Cosmópolis, no interior de SP.

Cabe à juventude dar um passo a frente. Por mais importantes que sejam nossas lutas e demandas,  precisamos apontar uma saída de conjunto para este novo momento. Unir nossas forças com os trabalhadores dos diferentes setores é o caminho para avançar na mobilização.

Unidade com a classe trabalhadora!

O JUNTOS, que esteve na linha de frente das ruas nas principais capitais faz um chamado: é hora de unir estudantes, jovens com trabalhadoras e trabalhadores em luta. Está sendo convocada por uma série de entidades e setores sindicais uma mobilização nacional com dia de greves e paralisações para o dia 11 de Julho. Acreditamos que esta data é fundamental no calendário das lutas.  Em primeiro lugar, porque é uma chance para dar uma resposta unitária e organizada nos locais de trabalho. Estamos numa etapa onde é possível conquistar. Isso é um alento. Há quase 12 anos não temos no país uma convocatória deste tipo. Toda uma geração de ativistas juvenis e sindicais não participou de nenhuma paralisação nacional e política.

Em segundo lugar, existe uma emergência de muitos jovens nos locais de trabalho. Sejam eles dos setores terceirizados, sejam dos efetivos. O papel de uma juventude de combate é organizar e dar voz para os milhões de jovens que estão trabalhando no setor de serviços, transportes e indústrias.  E unir-se, como juventude, aos lutadores mais experimentados, para fazer mais forte as novas experiências que apenas estão começando. Por isso, somos parte da convocatória do dia 11 de Julho.

Os comerciários de Belém levantaram uma bandeira

Depois das jornadas de junho, o Brasil segue vivendo lutas e manifestações setoriais. São centenas de milhares que tiram uma conclusão: lutar vale a pena.

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Infelizmente, a nossa estrutura sindical carrega vícios. Vivemos um regime sindical atrelado ao Estado, com pouca participação das bases nas decisões, um sindicalismo “cupulista” e burocratizado. Isso dificulta a mobilização. Um bom exemplo, foi a convocatória espontânea para uma “greve geral” via facebook, que em pouco tempo se tornou de massas. Apesar do boicote das direções tradicionais – que deveriam ter aproveitado a data para acumular para novas ações em julho – foram vários setores que paralisaram atividades. Isso mostra a disposição de luta e a vontade de superar as direções.

O melhor exemplo, contudo, veio do norte. No embalo das mobilizações da juventude, que ocuparam a câmara municipal nesta semana, vários funcionários de grandes comércios e mercados da cidade cruzaram os braços. Na sua maior parte, jovens, não esperaram pela direção do sindicato e num efeito dominó, fizeram uma das maiores paralisações comerciárias da história de Belém. Nesta mesma semana, em Manaus e Recife, os rodoviários fizeram a cidade sentir sua força. Os jovens que trabalham no comércio, nos metrôs, nos ônibus, nas escolas, devem aproveitar o dia 11 para organizar por baixo sua insatisfação. É possível impor derrotas aos patrões e melhorar nossa qualidade de vida, condições de trabalho e salários.

Greve geral! Pra valer e pela base!

Estaremos atuando na base das categorias, levando solidariedade e discutindo com os ativistas. A nova camada de lutadoras e lutadores não quer repetir as velhas formas de militância – Showmício, discursos em trios elétricos, e debates afastados da base. É necessário superar a forma “petista” de militar, que forjou-se na maioria da vanguarda nos últimos vinte anos. Precisamos e devemos reinventar e revigorar formas, utilizando os métodos da classe trabalhadora para lutar e para vencer. Acreditamos que todas as decisões devem ser tomadas em assembleias por local de trabalho, com votações abertas, comando discutidos por todos, com propostas gerais e particulares claras e que estejam a serviço do fortalecimento da luta. Nossas entidades estudantis e juvenis estarão voltadas para garantir uma paralisação nacional de verdade, com suas forças militantes destacas para os piquetes de greve, manifestações de rua e intervenções durante a jornada de lutas.

Estaremos atuando com uma declaração política dos jovens trabalhador@s sendo parte deste novo momento do país.

Vamos por mais! Não aceitamos as manobras de Dilma! Nenhum político com salário maior do que um professor!

Nossas bandeiras devem ser as que estavam nas ruas. E também por melhorias nas condições de trabalho. Para além da luta pelo passe-livre nacional, pela retomada do dinheiro que foi dado para a FIFA e pelo “Fora Felciano”, é hora das ruas ouvirem as fábricas e demais locais de trabalho. Chega de precarização! Na linha de frente das lutas estão os setores com menor estabilidade e que são mais explorados: vide a grande luta da categoria “O” na greve paulista de professores. Contra a lei que regulamenta a terceirização. Contra o assédio moral e as “metas”  nas empresas públicas e privadas.

Não vamos aceitar a criminalização dos movimentos sociais. O que a polícia vem fazendo nas comunidades, na periferia e na Favela da Maré é uma operação de guerra contra os pobres. Isso deve ser um dos pontos centrais da agenda do dia 11.

Para dar uma resposta de conjunto, não vamos aceitar as manobras de Dilma e dos governistas, querendo desviar a luta das ruas. Precisamos virar do avesso a política brasileira. Esse regime dos ricos não nos serve. Precisamos reorganizar o país através de uma ampla discussão, com uma Assembleia Popular Constituinte – democrática e soberana. Vamos seguir a campanha contra o privilégio dos políticos: que todo deputado e senador viva com o salário de professor.

Nossa luta apenas começou. Será uma jornada prolongada, com fluxos e refluxos. Temos algumas certezas: o povo já está se acostumando a lutar e a vencer. Nossa tarefa é seguir nas ruas. E construir uma ponte entre as lutas dos jovens, nas suas escolas, bairros, centros de cultura e lazer e classe trabalhadora. Essa unidade será a bandeira de novas e mais vigorosas vitórias. Os batalhões pesados começam a entrar em movimento. Essa é aposta estratégica do JUNTOS. Organizar a indignação!

 

Grupo de Trabalho Nacional  JUNTOS


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