*por Juntos Campinas
O FUNK, como cultura popular e expressão artística e política da juventude periférica, sempre foi alvo de estigmatização e criminalização. Não são poucas as tentativas de proibições de bailes funk nas quebradas, de imposição de toques de recolher, de intervenções policiais, de associações ao crime e a prostituição. Os MC´s e DJ’s, assim como os sambistas de outrora, são alvo de taxação moral e vítimas frequentes de repressão e violência.
O MC Daleste, um desses artistas e que até chegou a fazer um funk sobre as manifestações de Junho no Brasil¹, foi assassinado no início do show que fazia na Festa Julina do CDHU (bairro San Martin) de Campinas.
http://youtu.be/rUmHNVmo-4U
Um vídeo mostra que o MC foi baleado justamente enquanto falava sobre uma batida policial. Muitos MCs morrem da mesma maneira, e é estranho imaginar que tenha sido morto por gente que enfrenta a mesma realidade que ele citou no palco. Essa violência é a mesma pela qual a juventude pobre e negra da periferia passa todos os dias, criminalizada pelos governantes e suas polícias com a ajuda da mídia.
Outros MCs pedem “Paz no Funk” em luto ao assassinato de Daleste². Pedem o fim da violência nas quebradas. Pedem que se reveja o preconceito com sua batidas, suas expressões, suas danças. Para nós, a resposta é só uma: o tambor da senzala deve continuar tocando ainda mais alto contra os preconceitos e os ataques da Casa Grande, que ordena por meio de seus capatazes o silêncio do batidão. Somos todos Daleste!
1) O Gigante Acordou (música)
2) Paz no funk