Em novembro é Luto e Luta!
A violência policial e a violação de direitos nas periferias do Brasil não são novidades. Todos os dias jovens, negros, trabalhadores, mulheres são humilhados, agredidos e mortos pelo polícia.
A violência policial e a violação de direitos nas periferias do Brasil não são novidades. Todos os dias jovens, negros, trabalhadores, mulheres são humilhados, agredidos e mortos pelo polícia. Na maioria das vezes a justificativa para os homicídios são os “autos de resistência”, quando se diz que o suspeito teria oferecido resistência à ação policial. Na verdade o que acontece é a criminalização da pobreza, pois a violência gratuita tem CEP neste país. O Estado que era para ser garantidor de direitos como saúde, educação, saneamento, só é (re)conhecido nas favelas através de uma de suas faces, a violência policial.
Felizmente, os levantes populares de junho mudaram o Brasil. As vozes e sonhos dos brasileiros e brasileiras não ficam mais abafados. A população saiu às ruas para lutar por seus direitos, por mudanças, por conquistas reais. A força das mobilizações possibilitou que a apatia fosse deixada de lado. Se abriu um novo período de mobilizações e avanços. Por isso o Amarildo deixou de ser mais um e virou símbolo dos que desaparecem todos os dias.
Logo, a resposta dos exploradores, da burguesia, dos governos, para esse novo período apresentou-se da forma mais brutal, resultando em prisões, perseguições política, mais mortes. A repressão do Estado, que já era cotidiana, aumentou na periferia e também tomou o asfalto. Casas de militantes e sedes de movimentos sociais foram invadidas pela polícia, como em Porto Alegre e muitas outras cidades. Pessoas que ousaram lutar foram presas e são perseguidas no Brasil inteiro. Neste mesmo período cerca de 10 pessoas foram mortas na Maré. Em seguida, Paulo Roberto foi assassinado em Maguinhos.
Em novembro, estamos de luto, mas seguiremos na luta. Iremos às ruas por todos que antes, durante e pós jornadas de junho têm sido vítimas da violência do Estado. Em memória de Douglas, cruelmente assassinado em Jaçanã. Dia 20 de novembro, dia da Consciência Negra, vamos unificar as lutas e marcharemos pelo fim do genocídio nas periferias, pela desmilitarização da polícia, por democracia real, pela continuidade dos nossos sonhos.
Em novembro: É luto e luta!