15M: colhemos uma grande vitória, que venha a Copa!
Acabamos de assistir ao dia nacional de protestos e indignação, batizado de 15-M, protagonizado pelos trabalhadores e pela juventude. Nós do JUNTOS nos orgulhamos de ter sido parte da convocação desta jornada de lutas. Foi a verdadeira estreia da “Copa das Manifestações”. E muito vitoriosa.
Qual o significado do 15M?
Acabamos de assistir ao dia nacional de protestos e indignação, batizado de 15-M, protagonizado pelos trabalhadores e pela juventude. Nós do JUNTOS nos orgulhamos de ter sido parte da convocação desta jornada de lutas. Foi a verdadeira estreia da “Copa das Manifestações”. E muito vitoriosa.
Nossa vitória aconteceu porque o dia 15-M foi marcado pela unidade dos principais setores em luta no Brasil. Encabeçado pelo principal movimento social do país, o MTST, que mobilizou em frente ao estádio Itaquerão quase 4 mil pessoas, ficou claro a disposição de luta de diferentes categorias e movimentos. São Paulo literalmente parou com piquetes e trancaços na primeira hora da manhã. Ao todo, segundo a rádio CBN foram 17 pontos de protestos na capital paulista, impulsionados por ativistas da luta por moradia, trabalhadores metalúrgicos, das redes de Fast-Food, dos telecentros, estudantes, etc.
Em todo o país, a partir do período da tarde, tivemos concentrações expressivas: 10 mil professores municipais em São Paulo, 4 mil pessoas no ato da noite contra as injustiças da Copa; 4 mil pessoas no centro do Rio de Janeiro; 5 mil pessoas em Belo Horizonte no ato unificado da greve dos professores e contra o aumento das passagens; uma mobilização forte também contra o aumento em Belém, reunindo quase 2000 jovens; em Brasília centenas de ativistas em frente ao Estádio Mané Garrincha homenagearam os operários mortos nas obras da Copa. Além da unidade, e da presença de uma boa vanguarda, o caldo da última quinta-feira também foi engrossado por inúmeras categorias em greve. Estão cruzando os braços garis de várias cidades, funcionários públicos, professores dos quatro estados da região Sudeste.
A resposta do governo e a repercussão dos ato do 15M
Notoriamente o 15M teve grande repercussão nacional e internacional. Os protestos concentrados e simultâneos em quase 50 cidades num mesmo dia, capazes de casar as reivindicações mais específicas com a denúncia das injustiças da Copa, causou euforia entre aqueles que torciam pelo sucesso da mobilização. O Juntos, que apostou alto na nacionalização deste dia de luta, celebrou essa vitória por termos conseguido levar às ruas importantes setores da juventude, em aliança com diversas categorias e movimentos sociais, para mais uma vez lutarem por seus direitos. Sabíamos que não seria ainda possível repetir os gigantescos atos de junho de 2013. Mas só por enquanto. Porque entendemos que aquele momento, que comemorará um ano em poucas semanas, foi antecedido por inúmeros atos menores, mas absolutamente decisivos para o sucesso daquela mobilização. É como se o Juntos buscasse dar início a mais uma rodada de um campeonato que começou a ser jogado ano passado. E este campeonato está mais para o de pontos corridos do que para o mata-mata. Portanto, o 15M foi uma vitória importante que nos permitiu acumular pontos que nos colocaram mais uma vez na frente do adversário.
Por isso, a reação dos grandes meios de comunicação e dos governos de plantão. Dilma e seus ministros quiseram fazer balanço positivo sobre um jogo em que eles perderam. O fato é que o 15M existiu e bastante forte. O time da juventude e do povo em luta conseguiu converter muitos pontos, os atos descritos e listados acima conformam o nosso placar. Ainda assim, Dilma atuou como um técnico de um time fraco que comemora por não ter tomado ainda mais gols.
Os representantes do poder atuaram de forma unitária para esvaziar a importância desta largada de uma nova jornada de lutas. A grande mídia e seus jornalões acabou dando destaque para as ações isoladas de pequenos grupos. Todos sabem que o JUNTOS não compactua com a ação de Black Blocks e outros setores individualistas. A cobertura da mídia à ação destes setores foi desproporcional ao peso que elas verdadeiramente tiveram. Apesar disso, está se fortalecendo outro caminho: o da unidade entre setores que apostam no protagonismo do povo e da juventude na rua.
Estamos prontos pro combate!
Estamos começando uma nova fase nesta disputa. E temos buscado reforçar nosso time no apoio e solidariedade ativa às inúmeras greves que despontam pelo país e na unidade com setores como: MTST, a juventude da Oposição de Esquerda da UNE, os ativistas da ANEL, os ativistas que organizam os Comitês Populares da Copa e todos os que estão se somando nesta onda de lutas.
Além disso, reafirmamos que jogaremos em primeiro lugar para que as greves e mobilizações triunfem. No dia 20 São Paulo já amanheceu agitado, com greve dos professores, dos motoristas e cobradores de ônibus. Para além do ato do MTST que parou a Marginal Pinheiros e ocupou a sede da construtora Impar (Viver Empreendimentos), proprietária do terreno onde acontece a ocupação urbana Copa do Povo em Itaquera. É hora de arrancar conquistas aproveitando os holofotes voltados para o país e a Copa. Nosso símbolo será a Ocupação Copa do Povo, do MTST. Lutaremos e denunciaremos a repressão, iremos até o fim contra a lei antiprotesto. Neste sentido, estaremos com a Anistia Internacional organizando a campanha pela liberdade de manifestação. E não sairemos de campo enquanto não sejam derrotados os processos aos ativistas de Campinas e de Porto Alegre, entre eles nosso militante Lucas Maróstica.
Entrelaçados com essas lutas chamamos a todos para se somarem à campanha contra a FIFA. Se há algumas décadas o FMI simbolizou o intervencionismo no Brasil em nome de interesses do capitalismo global, atualmente a FIFA ocupa este lugar. A empresa suíça representa hoje a negação de nossa soberania e a entrega de nossas riquezas, dentre elas numerosos recursos públicos, às grandes corporações nacionais e internacionais.
Por isso, convocamos a juventude brasileira a participar do ato mundial contra a FIFA, às vésperas da Copa, durante a realização do Congresso desta entidade mafiosa, na capital do Estado de São Paulo. Os preparativos para esta atividade já começarão na próxima semana, novamente através da solidariedade ao MTST, que vai fazer um ato massivo na próximo quinta, dia 22 de maio. Será a nossa “Quinta vermelha”, quando defenderemos a luta e nos pintaremos com as cores deste combativo movimento. Venha junto ocupar as ruas por direitos, com nossas lutas e transformá-las de fato na maior arquibancada do Brasil. Nosso time está pronto e estamos jogando pela vitória!
Grupo de Trabalho Nacional do JUNTOS,
21 de Maio de 2014.