Cotas na UEPA, vitória do movimento Estudantil
No dia 17.06.2014, no CONSUN, foi apresentado e aprovado a reformulação: 30% das vagas serão reservadas para alunos oriundos de escola pública que cursaram integralmente o ensino médio nestas instituições.
*Heitor Moraes e **Pedrinho Maia
Em tempos agitados de luta pela afirmação dos nossos direitos, em tempos que a juventude vai à rua gritar: “Fifa Go Home” ou “Ei Fifa, paga a minha tarifa” contra os gastos excessivos com a Copa do mundo da Fifa, em tempos em que lutar por melhoria na qualidade da saúde, transporte e educação.
Nesse tempo, a educação deu um grande passo no Pará, a UEPA agora tem em seu já tão desigual processo seletivo, COTAS. Após a apresentação de um projeto feito pelos próprios estudantes, via DCE e alguns Centros Acadêmicos, com a reserva de 50% das vagas do Programa de Ingresso Seriado (PRISE) e 50% das vagas do Processo Seletivo (PROSEL) para a política de cotas sociais e raciais.
A reitoria apresentou em seu projeto de edital do vestibular, inicialmente, 25% das vagas para os ambos os programas de acesso a universidade. Após o proposto pela gestão superior em reunião do CONSUN (Conselho Superior Universitário), foi feito pedido vistas pelos conselheiros para reanalisar vários equívocos no edital, dentre eles o percentual das vagas pro sistema de cotas.
Ontem, dia 17.06.2014, no CONSUN, foi apresentado e aprovado a reformulação: 30% das vagas serão reservadas para alunos oriundos de escola pública que cursaram integralmente o ensino médio nestas instituições. Este percentual ainda esta muito abaixo da real necessidade de um povo que vive na miséria, de um povo historicamente explorado e atualmente iludido com a falsa igualdade de oportunidades. A nossa luta por 50% de vagas para o sistema de cotas, e a sua pluralidade com a integração de politicas afirmativas não vai parar!
A nossa luta não para enquanto observamos um estado que tem 69% da sua população preta ou parda (segundo dados do IBGE) e a universidade estadual tem dentro dos seus cursos da saúde, por exemplo, menos de 10% de negros. A nossa luta não para enquanto diariamente observamos que a lacuna existente no acesso a nossas Universidades públicas esta diretamente ligada a falta de políticas públicas para educação básica e superior. A nossa luta é por igualdade de oportunidades, contra essa falsa democracia racial que o Brasil afirma ter, mas não tem, é por democracia real já, é para garantir que a juventude da periferia possa ter oportunidade de acesso ao ensino superior em detrimento do crime organizado.
Essa vitória, por mais que seja parcial, é muito significativa. Vencemos parcialmente uma batalha e temos que avançar. Precisamos de Cotas pra entrar e assistência estudantil pra permanecer na universidade, nessa luta nós estamos Juntos!
#Pro-ReitoriaDeAssuntosEstudantisJá
#Queremos50porcentoJá
#CotasRaciaisJá
#CotasPraEntrarAssistenciaPraPermanecer
#Juntos
*Heitor Moraes é do Juntos Negros e Negras e Coordenador Geral do DCE-UEPA **Pedrinho Maia é Coordenador da Rede Emancipa – Belém