Juventude aclama Luciana Genro na Universidade de Brasília e aponta a necessidade de um novo projeto para o Brasil
Na próxima terça-feira será lançado o “Comitê Universitário da Campanha de Luciana Genro Presidenta” na Universidade de Brasília, as 18h. O objetivo é reunir todos aqueles que querem apoiar a candidatura de Luciana Genro nessas eleições.
*Paola Rodrigues
Foi a primeira passagem de Luciana Genro à Universidade de Brasília nessas eleições. Centenas de jovens lotaram a Praça Chico Mendes, espaço que além de homenagear importante ativista nos direitos humanos dos trabalhadores seringalistas da Amazônia faz referência a uma das primeiras lutas do movimento social que adentra o espaço da Universidade de Brasília na redemocratização em 1985, desde que fora interrompida pelo golpe militar 21 anos antes, em 1964. A UnB foi pioneira, fez o Brasil e o mundo iniciar debate acerca da luta do povo da floresta amazônica.
Luciana Genro apontou, em sua intervenção, a necessidade de transformar o Brasil a partir da educação brasileira, que hoje é controlada por grandes empresas que comercializam tanto o ensino básico quanto o ensino superior. Milhares de jovens não entram nas universidades públicas pela desigualdade social que existe hoje no país. Condições de vida desiguais levam a um futuro desigual. E isso precisa ser corrigido. O problema do Brasil, para além do acesso à educação pública, principalmente, superior, é a ausência de políticas públicas que pensem um grande projeto para aqueles que mais necessitam. Educação sexual não pode estar ausente no ensino das escolas. Educar para acabar com o preconceito contra homossexuais e transsexuais. Como disse Luciana: “Homofobia e Transfobia matam”. A criminalização da homofobia, projeto do deputado federal JEAN WYLLYS precisa ser regulamentado e foi sua implementação foi negada pelo PT. Além disso, o reconhecimento do casamento civil igualitário e o apoio à regulamentação do projeto de lei Gabriela Leite, que busca regulamentar a atividade das profissionais do sexo, são objetivos do governo de Luciana Genro.
Na Universidade de Brasília, recentemente mais de 250 trabalhadores terceirizados foram demitidos. Trabalhadores altamente precarizados, que realizavam, principalmente, o trabalho de segurança e limpeza dos espaços da UnB. Diante do tema, Luciana Genro falou que a precarização do trabalho é um dos principais problemas do Capitalismo, uma vez que esse sistema se vale da exploração do trabalhador para lucrar e perpetuar a sua lógica perversa de exclusão, majoritariamente, dos pobres, negros e moradores das periferias. Além do tratamento intransigente da Reitoria da Universidade de Brasília, que além de demitir sem aviso prévio e de forma abrupta, a dura greve dos servidores também foi rememorada. Uma greve que também reivindicava melhores condições de trabalho na UnB, reflexo do descaso com a educação pública brasileira como um todo, que atinge não só os trabalhadores, mas também os professores, que estão imersos na lógica do produtivismo acadêmico acima da qualidade da educação.
Além disso, a candidata a presidência pelo PSOL se colocou a favor da valorização dos centros acadêmicos como forma de organização do movimento dos estudantes. “Os Centros acadêmicos são necessários e fundamentais para a vida política nas universidades”.
O genocídio da população negra também foi questionado por Luciana Genro. “A juventude nas ruas em junho pediu mais direitos e não mais encarceramento. A nossa política será de incluir todos aqueles socialmente excluídos. O que vemos hoje é um genocídio da população negra como desculpa para acabar com o tráfico. Mas isso é uma verdadeira guerra às drogas, que só vai acabar com a legalização da maconha. Com a regulamentação do plantio e venda da maconha, todo o mercado dominado pelo tráfico tende a diminuir”.
Além disso, Luciana foi perguntada sobre a viabilidade de suas propostas, já que, caso eleita, o seu partido não possuiria maioria no Congresso Nacional. A candidata respondeu que vai governar com a pressão popular e que vai continuar pedindo para que os movimentos sociais continuem saindo às ruas e ocupando os espaços que lhe são de direito. Luciana disse que vai trabalhar junto aos movimentos sociais, por exemplo, para dirigir os ministérios que tratem da reforma agrária e urbana. A candidata disse que incorpora em seu programa de governo as reivindicações históricas do MST (Movimento Social dos Trabalhadores Sem Terra) e do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto). “Os movimentos sociais vão dirigir as suas pautas no governo do PSOL”.
E no fim, Luciana Genro reafirmou a sua política de descriminalização do aborto. “As mulheres, quando grávidas, tem que ter o direito de escolher em ter o bebê ou abortar. Mas abortar em condições saudáveis e seguras. Eu fui mãe aos 17 anos e sei muito bem como é difícil criar um filho. E só quem pode decidir isso é a própria mulher. O aborto precisa ser tratado como uma questão de saúde, pois ele é praticado aos montes no Brasil. Criminalizar é tampar os olhos diante da morte de mulheres pobres que abortam em clínicas clandestinas. Por que as ricas tem dinheiro e pagam a sua clínica particular”.
Na próxima terça-feira será lançado o “Comitê Universitário da Campanha de Luciana Genro Presidenta” na Universidade de Brasília, as 18h. O objetivo é reunir todos aqueles que querem apoiar a candidatura de Luciana Genro nessas eleições e repercutir suas ideias para mais jovens do Distrito Federal. Aguarde a confirmação do local. Esperamos tod@s para construir juntos!
*Paola Rodrigues é jornalista e do Juntos! DF