Dia tenso na Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados
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Dia tenso na Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados

Devemos nos mobilizar e permanecer atentos. Sóstenes, atualmente, é mais danoso do que Feliciano era em 2013.

Sara Azevedo 5 mar 2015, 01:20

Sara Azevedo

Hoje, em uma tentativa de golpe, articulada por deputados da bancada fundamentalista, o deputado Sóstenes Cavalcante, discípulo de Malafaia, lançou-se candidato avulso à Comissão.

Até ontem, parecia certo que Paulo Pimenta, do PT, ocuparia o cargo devido a um acordo partidário entre o Partido dos Trabalhadores e demais partidos da base do governo. Foi desta mesma base de apoio ao governo petista, porém, que partiu a traição.

Sóstenes Cavalcante, do PSD de Gilberto Kassab, impôs-se como candidato vitorioso mesmo antes da votação. Contaria com os votos da maioria conservadora dentre os deputados que compõe atualmente a Comissão. O acordo entre os evangélicos preconizava, ainda, a saída do companheiro Jean Wyllys da Comissão, o que seria uma imensa perda para a luta por mais direitos no país.

A situação se torna ainda mais grave se considerarmos que Eduardo Cunha, presidente da Câmara, é ele mesmo um fundamentalista incontido, que tem se esforçado para barrar as pautas progressistas e promover leis homofóbicas e misóginas. Um presidente da CDHM que fosse seu aliado, facilitaria em muito para Cunha a realização de seu projeto de instauração de obscurantismo conservador no país.

Felizmente, a sessão foi suspensa devido ao grande número de pessoas que para lá afluíram para protestar contra a funesta possibilidade e adiada para a próxima quarta feira.

O perigo conservador, porém, ainda ronda a CDHM. Pode ser que o PSD desista da vaga caso o PT lhe acene com alguma outra Comissão “mais importante”, mas sabemos que a possibilidade de isso acontecer é remota.

Esse é o resultado de manutenção da famosa governabilidade que rifa nossos direitos.

Por isso, devemos nos mobilizar e permanecer atentos. Sóstenes, atualmente, é mais danoso do que Feliciano era em 2013.

NÃO PASSARÃO!

Sara Azevedo, professora da rede pública de Minas Gerais, GTN do Juntos e do Juntos LGBT


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