LAVA-JATO: o moralismo que rouba é o mesmo que ataca os direitos LGBTs
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LAVA-JATO: o moralismo que rouba é o mesmo que ataca os direitos LGBTs

Não deixa de ser curioso que políticos identificados com uma suposta moralidade, que não passa de conservadorismo e preconceito, tenham sido citados com veemência como receptores de recursos pelo doleiro Alberto Youssef.

Luciano Victorino e Welynton Almeida 7 mar 2015, 16:25

Luciano Victorino e Welynton Almeida

Mais uma vez, o Brasil encontra-se envolto em um escândalo de corrupção. Enquanto o governo Dilma pesa a mão nos cortes em direitos sociais com sua política de ajuste, a cúpula do poder continua desviando recursos públicos sem limites. E os nomes não são exatamente novidades: a lista parcial da Operação Lava-Jato já traz o PP e o PMDB, dos LGBTfóbicos Luiz Carlos Heinze e Eduardo Cunha, entre os maiores envolvidos. Outros denunciados pertencem ao PT, ao PSDB e ao PTB.

Não deixa de ser curioso que políticos identificados com uma suposta moralidade, que não passa de conservadorismo e preconceito, tenham sido citados com veemência como receptores de recursos pelo doleiro Alberto Youssef. Sustentados ou aliados da bancada fundamentalista evangélica –  uma das mais corruptas –, posam de defensores da moral e dos bons costumes, quando são, na verdade, o que há de mais podre na política brasileira. Luiz Carlos Heinze (PP-RS), aquele mesmo que disse que “quilombolas, índios, gays e lésbicas” são “tudo que não presta”, teria recebido 150 mil reais mensais de recursos da Petrobras.

Da mesma forma, a atual estrela do conservadorismo nacional, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), teve seu nome delatado por Youssef. O presidente da Câmara, que faz questão de atacar LGBTs em seus discursos, é relacionado a escândalos de corrupção desde a época de Paulo César Farias (o PC Farias, tesoureiro de campanha de Fernando Collor de Mello), passando pelo mensalão e chegando à Lava-Jato. Eduardo Cunha manifestou sua repulsa ao beijo gay na televisão, mas não parece ter repulsa a assaltar os cofres públicos e se locupletar às custas do povo.

Nós, do Juntos! LGBT, manifestamos, mais uma vez, que não há nada de repulsivo no nosso direito de ser e amar. Nós prestamos, sim! A realidade é que, se há algo que não presta, é um político que rouba os recursos que deveriam estar investidos nos direitos da população. Se há algo que merece repulsa, são aqueles que usam o dinheiro público para enriquecer ilicitamente. Corruptos e LGBTfóbicos: não passarão!

*Luciano Victorino é Coordenador-Geral do DCE UFRGS, Militante do Juntos! LGBT-RS e Acadêmico de Direito

*Welynton Almeida é Coordenador de Diversidade Sexual e de Gênero do DCE UFRGS, Militante do Juntos! LGBT-RS e Acadêmico de Ciências Sociais


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