Todos somos Maju
Maju se tornou mais um símbolo da resistência negra diante desta sociedade racista, e, portanto, seu exemplo de atitude deve ser seguido por aqueles que diariamente são vitimas das mesmas atitudes preconceituosas. Por este motivo, eu orgulhosamente digo que também sou Maju!
Na noite da ultima quinta feira(2), a jornalista Maria Julia Coutinho foi novamente vitima de injuria racial. Algumas pessoas dotadas de preconceito étnico proferiram palavras jocosas contra a jornalista por considerarem um absurdo tal apresentadora negra fazer parte daquele meio de comunicação.
As palavras direcionadas à jornalista são de uma animosidade tão grotesca que a mim é difícil proferi-las sem ser dominado por um sentimento de raiva e indignação, visto que é inadmissível que se tenha atitudes assim sem que nada seja feito para evitar este tipo de ocorrência.
A forma com que Maria Julia, apelidada carinhosamente de “Maju”, foi agredida nas redes sociais é bárbara e tratá-la daquela forma fere profundamente os direitos humanos.
É necessário que se tome medidas judiciais para impedir que estas atitudes que estão se tornando corriqueiras nas redes sociais se perpetuem ainda mais, já que Maju infelizmente não será a ultima vitima do preconceito étnico-racial em nosso país, tendo em vista que os racistas expressam atitudes preconceituosas de maneira corriqueira, ora fazendo uso de “Fakes” ora com o próprio perfil verdadeiro e mesmo assim nada é feito para impedir tal abuso.
Contudo, Maria Julia se saiu maravilhosamente bem diante desta situação vexatória’; enquanto alguns acreditavam que ela iria se apequenar por causa das agressões, ela apareceu irradiante na noite de sexta feira (3) no jornal nacional e demonstrou que o preconceito por mais agressivo que seja é incapaz de abalar as estruturas da militância.
Um fato citado pela jornalista nesta sexta feira (3) deve ser enfatizado: A influencia da militância familiar na construção de uma pessoa mais confiante e forte diante dos preconceitos dentro da sociedade.
Como a jornalista bem citou, foi a militância de seus pais que cunhou em seu caráter a força necessária para enfrentar o preconceito, sem isto provavelmente ela não teria tido forças para se sair de maneira tão brilhante diante deste lamentável acontecimento.
Maju se tornou mais um símbolo da resistência negra diante desta sociedade racista, e, portanto, seu exemplo de atitude deve ser seguido por aqueles que diariamente são vitimas das mesmas atitudes preconceituosas. Por este motivo, eu orgulhosamente digo que também sou Maju!